De 2016 a 2020, garimpo em terras ianomâmi cresceu 3.350%; é facil dizer que sempre foi assim. Não é verdade
O garimpo contamina os rios com mercúrio, metal que avança pela cadeia alimentar até chegar aos indígenas, que uma vez contaminados sofrem com danos neurológicos
Desde o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, quando o usurpador Michel Temer (MDB) assumiu a Presidência da República, até o segundo ano do mandato de Jair Bolsonaro (PL), em 2020, o garimpo em terras ianomâmi cresceu 3.350%.
“Laudo da Polícia Federal de 2022 constatou que quatro rios da região tinham contaminação por mercúrio 8.600% superior à concentração máxima para consumo”, detalha texto do pediatra Walter Taam Filho no jornal O Globo.
O mercúrio é utilizado pelos garimpeiros para facilitar a separação do ouro dos cascalhos dos rios. Para cada quilo de ouro extraído, são usados oito quilos de mercúrio. O mercúrio contamina os plânctons, que serão ingeridos posteriormente por peixes, que por sua vez serão alimento de um predador maior, como os humanos. Assim, o mercúrio avança pela cadeia alimentar e adoece os indígenas que se alimentam com recursos retirados diretamente da natureza.
Ingerido por seres humanos, o “metilmercúrio” pode alcançar o sistema nervoso central e periférico, causando tremores, insônia, perda de memória, efeitos neuromusculares, dores de cabeça e disfunção cognitiva e motora.