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Primeiros líderes políticos de Vitória da Conquista
Luiz Fernandes foi o primeiro chefe político de Conquista
Nascido em Portugal, Luiz Fernandes de Oliveira foi o primeiro presidente do Conselho
Municipal instalado no dia 9 de novembro de 1840 na então “Imperial Villa da Victoria”. Na
época, o presidente do Conselho (espécie de Câmara de Vereadores) tinha atribuições
administrativas (como o chefe do Executivo hoje).
Era sobrinho de Manoel Apolinário de Oliveira Freitas e veio de Portugal especialmente para
casar com a prima, Tereza de Oliveira Freitas, filha de Faustina Gonçalves da Costa e neta de
João Gonçalves da Costa, fundador de Conquista. Faustina casou-se em 1801 com o
português Manoel de Oliveira Freitas. Havia herdado de sua mãe Josefa em 1800, do seu pai
João Gonçalves entre 1819 e 1821 e do esposo Manoel em 1833. É deste Manoel Apolinário a
descendência da família Gusmão de Oliveira.
O “lendário” Luiz Fernandes constituiu-se herdeiro nº 1 do “Testamento de Faustina” (18 de
abril de 1847), pois em 1846 Faustina havia entregue a administração dos seus bens ao genro
através de “Escritura de Contrato de Administração de Bens”. Era ainda capitão da Guarda
Nacional e o capitalista nº 1 do antigo Povoado.
Era pai do Coronel José Fernandes de Oliveira Gugé, líder político de Conquista entre 1900 e
1919. Luiz Fernandes de Oliveira e Tereza de Oliveira Freitas deixaram grande descendência,
hoje na nona geração. São descendentes deles os principais personagens que compõem as
famílias-tronco do município e fizeram história na cidade.
Francisco Santos foi o líder político de Conquista do final do século XIX e início do século XX
Francisco José dos Santos Silva, conhecido como Cel. Chico Santos, nasceu no dia 3 de
dezembro de 1848. Foi o primeiro grande líder político do início do século XX de Vitória da
Conquista. Do final do século XIX até 1909, a política local, mandonista e situacionista, era
liderada pelo Coronel Francisco Santos (filho de Sinhazinha Santos, fundadora da Família
Santos nesta cidade). Tinha como oposição o Coronel Pompílio Nunes de Oliveira (que só
conseguiu eleger apenas um candidato, o Coronel Antônio de Lima Guerra, Intendente de 1896
a 1903) e o Coronel Terêncio Nunes, que o apelidaram de “Chico Fumaça”. Porém, mesmo
sendo chefe político local, nunca aceitou a indicação de seu nome para exercer o cargo de
Intendente de Conquista. Faleceu no dia 9 de setembro de 1909.
Joaquim Correia de Mello foi o primeiro intendente de Conquista na era republicana
Proclamada a República (15 de novembro de 1889) não se admitia qualquer vislumbre de Monarquia, e a Imperial Villa da Victória, de caráter nobiliárquico, passou a chamar-se Cidade
da Conquista, no dia 1° de junho de 1891. A Vila adquiriu status de cidade, mas a estrutura
ficou definida em torno de um chefe político local. As “famílias importantes” indicavam conselheiros para representá-las na Câmara, na época Conselho Municipal. Nesse período, as famílias chefiadas pelos coronéis indicavam o Intendente para também representá-las tanto no
Município quanto no Estado. Vê-se, portanto, que a política local gravitava em torno de interesses particulares e familiares e para a defesa de questões agrárias. A esse tempo, com o
núcleo urbano bem maior e mais desenvolvido, os chefes de famílias tradicionais edificam na
sede seus solares e sobrados.
Nesse contexto foi escolhido o primeiro Intendente Municipal após a Proclamação da
República, o Cel. Joaquim Correia de Mello, eleito por um colegiado de cinco membros do Conselho Municipal. Governou de janeiro de 1892 a dezembro de 1895, confirmado no cargo pelo então Governador do estado J.M. Rodrigues Lima. Uma das grandes realizações do seu governo foi a construção de um barraco para os feirantes.
O Cel. Joaquim Correia, nascido em 1856, era filho de Vital Correia de Mello e de D. Joana de
Oliveira Freitas. Estudou num colégio em Santa Izabel (atual Mucugê) juntamente com José
Lopes Viana, Bráulio Xavier da Silva Pereira, Reynaldo Casemiro e Antônio Palmeira
Paraguassu, todos seus amigos e colegas que tiveram grande importância para o município de
Conquista. Depois foi nomeado Adjunto de Promotor Público deste Termo em 1888. Era casado com Raquel dos Santos Silva, filha de Sinhazinha Santos (casou-se no dia 7 de novembro de 1882). Portanto, ele era cunhado do Cel. Francisco Santos, o grande líder político
de Conquista entre 1889 e 1909. Joaquim Correia de Mello era pai do primeiro fotógrafo de
Conquista, Manoel Euphrásio Correia de Mello e de Ascendino dos Santos Mello (Dino
Correia), que mais tarde também seria Intendente em Conquista.
Faleceu no dia 8 de dezembro de 1918, vitimado pela gripe espanhola, no então arraial do Verruga (atual Itambé), onde era comerciante desde 1914, quando se retirara da cidade de Conquista, conforme noticiara o jornal “A Palavra”, edição de 13 de dezembro de 1918.