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Coronel da PM preso nesta terça tentou fugir de Brasília com filhos

Eduardo Naime estava de folga, mas foi visto no Congresso no dia dos atos criminosos. Ex-esposa impediu fuga fazendo denúncias
Preso nesta terça-feira (7) por suspeita de facilitar as ações dos atos criminosos do dia 8 de janeiro, o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) planejou uma fuga de Brasília no dia seguinte ao ato. Naime ia fugir com os filhos e a atual esposa, Mariana Adôrno Naime, mas não conseguiu concluir o plano pois a ex-esposa registrou um boletim de ocorrência e acionou diversos órgãos de defesa da criança e do adolescente.
O TEMPO teve acesso às denúncias feitas por Tatiana Beust, ex-esposa do coronel. Ao Conselho Tutelar, Tatiana relatou que Eduardo Naime estava com um dos dois filhos do casal, uma menina de 8 anos, e que a própria criança entrou em contato com ela, por telefone, para avisá-la da tentativa de fuga do pai. Quando Tatiana foi buscá-la, além de ser impedida de levar a filha, quase foi agredida pela atual esposa do ex-comandante com uma barra de ferro.
A mesma história foi narrada por Tatiana à Polícia Civil do DF, conforme o boletim de ocorrência registrado no dia 9 de janeiro, ao qual O TEMPO também teve acesso. Nele, a mãe relata ainda que a filha diz ter sido ameaçada pela madrasta, Mariana Adôrno, e que caso contasse o plano do pai “apanharia de cinto”.
Após ser atendida pelo Conselho Tutelar, Tatiana foi orientada a buscar a Promotoria da Infância e a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM). A mobilização dela conteve os planos do coronel.
Mesmo de folga, Naime foi visto no ato
Com os atos e ameaças de bomba desde o final de 2022, o comando da PMDF havia orientado que férias e folgas da corporação fossem suspensas até o dia 9 de janeiro. No entanto, diversos comandantes não trabalhavam no dia dos atos criminosos. Eduardo Naime era um deles. Ainda assim, ele foi visto na Esplanada dos Ministérios, segundo relato do ex-comandante-geral da PM, Fábio Augusto Vieira, em depoimento à Polícia Federal (PF).
Fábio Augusto Vieira estava preso preventivamente até a última sexta (3). Em seu depoimento, quando ainda estava preso, ele diz ter sido ouvido do coronel Naime que “havia uma informação de inteligência de diversas agências que os ânimos dos manifestantes estavam pacíficos”; que o efetivo e logística empregados eram suficientes; e que “o movimento era grande, mas não havia muita adesão”.
Esposa ocupou cargo no Ministério durante gestão de Torres
Naime vinha sendo citado em diversos depoimentos. Semana passada, ao colher os depoimentos do ex-ministro da Justiça Anderson Torres; do presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e do senador Marcos do Val (Podemos-ES), todos foram questionados se conheciam o coronel.
Eles também foram indagados sobre a nomeação de Mariana Adôrno Naime para um cargo durante a gestão de Anderson Torres. Mariana foi coordenadora de políticas para instituições de Segurança Pública de junho de 2021 a março de 2022.