A prefeitura de Salvador transforma Vitória da Conquista na nova colônia da metrópole

* Por Herberson Sonkha
Existe um movimento reacionário de forças fascistas que atuam no governo municipal para retomar a lógica colonialista, reeditando a relação de dominação-exploração da metrópole-colônia. Segundo a atual prefeita e seu staff bolsonarista, a terceira maioria cidade do Estado da Bahia, deve ficar de joelhos e financiar com seus parcos recursos grupos carlistas no comando da prefeitura de Salvador.
A ideia é fazer com que a população de Vitória da Conquista, sem qualquer consulta acerca do orçamento púbico municipal, financie grupos via inciativa privada de empresários ligados ao ACM Neto, último refúgio da tradicional política carlista. Isso vem ocorrendo desde o governo de Herzem Gusmão com convênios celebrados com essas empresas privadas para prestarem assessorias.
Vários eventos financiados com recurso do município para bancar políticos aliados ao ex-prefeito ACM Neto e o atual prefeito de Salvador Bruno Reis (UB). Essa situação sugere que a população conquistense precisa saber se abriu mão do direito de decidir sobre os destinos de seu próprio orçamento.
O município deixado pela Casa Grande e o Senhor de engenho, ACM no final dos anos 90, do século XX, experimentou crescimento social, econômico, cultural e político, de modo que não têm nada na área conhecimento cientifico e de gestão pública que Vitória da Conquista não tenha experimentado. Portanto a prefeitura de Salvador não tem nada oferecer a Vitória da Conquista que a cidade já não conheça: Do capital humano, mão de obra qualificada, equipamentos e políticas públicas referenciadas.
O jogo politicamente imoral da atual prefeita imatura, inconsequente e irresponsável é perpetuar o aculturamento de valores ideológicos da metrópole, visando exercer o controle da colônia. Não entender essa relação de dominação é admitir que incapaz de compreender aquilo que está para além de sua capacidade cognitiva. Por isso, esse intenso movimento de naturalização de vários convênios de assessorias milionários e cooperação técnica com despesas altíssimas, tudo desnecessário. Não passa de cortina de fumaça para financiar seus aliados.
Nenhuma gestão pública municipal transparente, honesta e comprometida efetivamente com o desenvolvimento socioeconômico da população em situação de risco pelas múltiplas vulnerabilidades das franjas da sociedade, jamais permitiria extinguir políticas sociais públicas, sobretudo de transferência de renda. É exatamente essa lógica de política de governo que permite que o fluxo na circulação de moedas de seu mercado interno seja drasticamente reduzido. Esses acordos estranhos a municipalidade, fortalece apenas outras economias domesticas, adjacentes interesses de mercado. Contudo, a prefeita subjuga nossa economia e toda a população apenas para honrar acordos políticos eleitorais com dinheiro público, sem obter absolutamente nada em troca. A isso, chamamos de colonialismo!
Essa neocolonização de extrema-direita, vem impondo um intenso processo de “evasão de divisas” aos cofres do município. Mesmo que ocorra dentro da normalidade jurídico-política, seu fim último não é politicamente correto porque diminui o volume de moedas no fluxo circular da renda da população conquistense. Neste caso, pode ser legal e moral, mas não está correto.
Assim como Roberto Carlos (1976), não nos sentimos nem um pouco condenado a fazer o que consideramos ser imoral e ilegal, sobretudo se engordar a conta bancária de empresas capitalistas da capital que financiam bolsonaristas. A bem da verdade, o Roberto Carlos estava se referido a “camisa-de força” que os empresários que produzia sua carreira musical lhe impunham para impedir de viver desfrutando de sua fama, fortuna e privilégios.
Por ironia, Roberto disse que em uma dessas reuniões com empresários capitalistas de negócios em São Paulo, ele se deparou com um adesivo sobre a mesa com a seguinte escrita “Tudo o que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda”. Nesse sentido, essa sangria desatada de recurso público saindo do município de Vitória da Conquista para irrigar o fluxo de capitais é uma imoralidade política.
Por fim, a cidade está sofrendo um retrocesso violento em sua economia doméstica para atender a acordos com aliados bolsonaristas. Sacrificando a população da cidade e do campo para financiar algozes que não passam de sanguessugas parasitando o orçamento de Vitória da Conquista. Utilizam nomes pomposos e termos técnicos para desviar a atenção da população para os cofres públicos. Enquanto isso, a periferia e o campo sofrem com o abandono político, o portfólio de serviço público reduzido, sucateamento e corte de recurso públicos para financiar fascistas bolsonaristas. Esses contratos milionários com assessoria e termos de cooperação técnica é uma falácia, uma mentira e uma vergonha coletiva.