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Adriana Belém disse em vídeo que queria ‘acabar com roubalheira’; filiada ao Partido Social Cristão

A delegada de polícia licenciada da Polícia Civil Adriana Belém, presa ontem após ação do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), declarou em um vídeo que queria “acabar com a roubalheira”. A filmagem foi publicada na página do Facebook dela, em 2020, quando a delegada se candidatou ao cargo de vereadora no Rio de Janeiro pelo PSC (Partido Social Cristão). ————————- Bem-vindo ao Canal UOL! Acompanhe a programação ao vivo e todos os conteúdos com as principais notícias do dia, opinião de colunistas e entrevistas exclusivas sobre os temas mais importantes do momento.
Presos na Operação Calígula, desencadeada nesta terça-feira pelo Ministério Público do Rio, os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém confirmaram, em depoimento à Corregedoria Geral da Polícia Civil(CGPOL), terem se encontrado, juntos, com o ex-PM Ronnie Lessa, réu pelas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A reunião foi intermediada por Cipriano, amigo de infância de Lessa, com quem o delegado manteve diversas conversas sobre a colega de profissão.
Para os promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o encontro entre os três, ocorrido no dia 21 de agosto de 2018, teve o objetivo de negociar a liberação de 78 máquinas de caça-níquel apreendidas em um bingo do bicheiro Rogério de Andrade na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O equipamento havia sido levado para a 16ª DP (Barra da Tijuca), então chefiada por Adriana Belém. Os dois policiais civis negam a acusação e alegam que a conversa travada na ocasião não teve relação com a apreensão, mas sim com uma tentativa de latrocínio — o roubo com resultado morte — sofrida pelo ex-PM no bairro.
A denúncia do MP-RJ traz diálogos que reforçam a proximidade entre Cipriano e Lessa. “Guerreiro, falei com nossa amiga agora, ela mais tarde confirma”, disse o delegado para o ex-PM, numa referência, segundo os investigadores, à tentativa de marcar o encontro com Adriana Belém. No áudio enviado para Lessa, Cipriano pontua que “mataram duas pessoas na Barra” e que, por isso, estaria “uma loucura” na delegacia. “Mas bom, enfim, mais tarde ela nos confirma se é almoço ou café. Valeu?”, concluiu o delegado. “Ok, fico no aguardo”, respondeu o ex-PM.
Cipriano, porém, acaba retomando o contato ainda sem que a reunião tivesse sido viabilizada. “Fala meu irmão, tudo beleza? Eu estive com nossa amiga hoje… Teve um almoço da Associação dos Delegados, e aí ela se desculpou porque ficou enrolada ontem, né. Ontem e hoje”, lamenta. O delegado, então, cogita que a conversa ocorra na residência de Belém. “Combinei com ela para amanhã a gente falar com ela. Aí eu te dou um toque aí, e a gente vai até lá no condomínio dela, ou em algum lugar, beleza? Amanhã durante o dia a gente faz isso”, assegura Cipriano.
Mais uma vez, contudo, a intenção não chegou a ser concretizada, gerando um terceiro momento em que o delegado volta a falar sobre a colega em áudios remetidos a Lessa. Cipriano explica que naquela data teria que buscar a filha na escola, mas que, em seguida, estaria liberado. Vou chamar ela (Belém). Ligar pra ela. E vamos lá direto, vou ver se ela nos atende lá ou no condomínio dela, ou ali na frente, entendeu? Vamos resolver logo isso. Vamos ver se mais tarde faz isso”, falou.