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O fatídico dia seis de maio que cassou Vitória da Conquista

07/05/2025 5 min read

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 O fatídico dia seis de maio que cassou Vitória da Conquista
Jornalista Jeremias Macário

Naquela manhã frienta de seis de maio de 1964 os conquistenses acordaram com um pressentimento diferente em seus corações. A neblina deslizava como fumaça caída da Serra do Periperi e invadia as principais ruas e periferias da cidade. Esparramava seus fios finos no horizonte entre o Parque de Exposições; na final da Avenida Getúlio Vargas, em direção à Barra do Choça; no ponto do “Gancho” da zona sul, que leva à Itambé; e abraçava o outro lado oeste, na “Boca do Sertão”, com destino a Anagé e Brumado.

  A abertura deste texto está no capítulo “O Cerco dos Fuzis na Terra do Frio”, extraído do livro “Uma Conquista Cassada”, do escritor e jornalista Jeremias Macário, que relata o fato histórico, infelizmente esquecido pelos conquistenses, sobre como se deu, logo no início, o desdobramento da ditadura civil-militar- burguesa de 1964, culminando com a cassação do prefeito José Pedral Sampaio, eleito pelo povo, em 1962.

   O impedimento arbitrário de Pedral, com a força das armas, na 30ª sessão extraordinária da Câmara Municipal de Vereadores, que está completando 61 anos, interrompeu o avanço econômico e social de Conquista, naquela época com 45 a 50 mil habitantes na zona urbana.  Contra a oligarquia de Gerson Salles e os poderosos da cidade, Pedral venceu Jesus Gomes e se tornou no prefeito mais jovem e popular de Vitória da Conquista.

   Logo cedo a cidade foi invadida pelos coturnos da tropa de 100 homens comandados pelo capitão Bendock e cobertura do sargento José Antônio de Oliveira Salles que tomaram o centro da Praça Barão do Rio Branco e suas imediações, como Praça Tancredo Neves (Jardim das Borboletas), Sá Nunes (Clube Social) e transversais Alameda Ramiro Santos (Beco Chico Piloto), Lima Guerra (Beco da Tesoura), Ernesto Dantas (Beco Sujo), Avenida Siqueira Campos (Beco da Moranga), Rua das Sete Casas (Fórum João Mangabeira), Laudicéia Gusmão (Rua do Cobertor), Rua Dois de Julho (Rua da Vagem), Góes Calmon (Rua das Flores) e João Pessoa (Rua da Boiada).

  O agente da ditadura já tinha os nomes dos ditos “comunistas e subversivos”, muitos dos quais apontados pelos opositores, com respaldo do jornal “O Sertanejo”, que perderam as eleições e queriam o revanchismo. Era chegada a hora da vingança, e o prefeito, que apoiou a campanha pela legalidade pela posse do vice-presidente João Goulart (1961), liderada por Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, era a peça fundamental.

  Logo após a prisão do chefe do executivo, em frente ao Clube Social, quando pela manhã se dirigia ao seu trabalho na Prefeitura Municipal, o capitão e seus coligados apoiadores do regime ditatorial convocaram uma sessão extraordinária dos vereadores, com a finalidade única de cassar o mandato democrático de Pedral, considerado como comunista. A Câmara foi cercada pelos soldados e os parlamentares foram forçados a destituir o chefe do governo. Orlando Leite foi indicado como substituto. Simbolicamente, todo povo de Vitória da Conquista foi cassado e amordaçado.

   Outros fatos ocorreram antes, no seis de maio e depois, com várias prisões de companheiros que defendiam a liberdade e um governo progressista, inclusive aconteceu o “suicídio” do vereador Péricles Gusmão, no 9º Batalhão da Polícia Militar. O professor Públio de Castro foi outro visado que mais permaneceu preso em Salvador, cerca de nove meses. Ao todo foram aproximadamente 100 detidos, vistos como inimigos do regime militar.

  Todos os fatos históricos que marcaram o fatídico seis de maio estão no livro “Uma Conquista Cassada – cerco e fuzil na cidade do frio”, com detalhes sobre o antes e após o golpe de 64 em pleno período da Guerra Fria entre Estados Unidos e a União Soviética. Era o mundo capitalista contra o socialismo das revoluções russa (1917), chinesa (1949) e a cubana (1954). A obra foca a ditadura em Conquista, mas faz uma contextualização do regime opressor dos generais na Bahia, no Brasil e na América Latina.

   O mais lamentável é que esse seis de maio em Vitória da Conquista caiu no esquecimento quase que total, só lembrado por alguns artistas, professores, intelectuais e os da velha geração. O assunto nem é debatido nas escolas entre os nossos jovens. O pior ainda é que a Câmara de Vereadores, que foi obrigada a se curvar e cassar o prefeito Pedral, não faz menção e não registra esse episódio opressivo sofrido pelo município.

  Essa perda da nossa memória tem levado os extremistas de direita a irem para as ruas pedir uma intervenção militar, o que significa uma nova ditadura e derrubada da democracia, como ocorreu em oito de janeiro de 2023, em Brasília, com a invasão dos três poderes e até ameaças de assassinato do presidente, do seu vice e de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Como as feridas continuam abertas e os torturadores da ditadura não foram punidos, um bando de traidores da pátria pedem anistia aos golpistas.

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1 Comment

  • Antônio Luiz says:
    07/05/2025 at 4:34 pm

    Seu texto é verdadeiramente admirável. Ele nos convida a uma profunda reflexão sobre nosso papel como jornalistas, que vai muito além de relatar fatos: temos a responsabilidade de preservar a memória coletiva e lutar contra a desinformação. É imprescindível que nunca nos esquecemos dos horrores da ditadura e das lições que ela nos deixou.

    A brutalidade daquele período não deve ser apenas uma página virada da nossa história, mas um alerta constante para que fiquemos vigilantes. Hoje, ainda existem aqueles que, por má-fé ou ignorância, tentam romantizar práticas autoritárias e deslegitimar a luta pela democracia. Somos desafiados a contestar tais discursos, não com dogmas, mas com a verdade e a coragem de expor as consequências trágicas da opressão.

    Em um mundo onde a informação circula em alta velocidade, cabe a nós, jornalistas, sermos guardiões da veracidade e voz para os que não podem se defender. Que o seu texto continue a inspirar não só a nossa prática profissional, mas também a consciência crítica da sociedade, iluminando o caminho para um futuro em que as trevas nunca mais tenham espaço. Essas reflexões são essenciais para garantir que a história não se repita e que possamos construir uma nação mais justa e livre.
    Parabéns, Paulinho! Você, mais que um amigo, é um dos meus gurus.

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