Marcelo Auler: “Escândalo no INSS começou no governo Bolsonaro”
O povo nas ruas rumo ao segundo turno!

O inicio da reta final da campanha eleitoral em Vitória da Conquista apresenta alguns acontecimentos que certamente decidirão o seu resultado final. Os ansiados debates finalmente começaram a se realizar. A rádio Band e a histórica Rádio Clube proporcionaram a oportunidade de cada candidato/a apresentar suas propostas e o seu pensamento político e administrativo. Com as presenças de Waldenor Pereira, Sheila Lemos e Marcos Adriano e a ausência de Lucia Rocha, os debatedores demonstraram mais preocupação em conquistar ou não perder votos do que realmente apresentar suas propostas para a população. Mesmo com essa ressalva, Waldenor Pereira demonstrou ser o mais seguro e melhor conhecedor dos problemas de Vitória da Conquista, apresentando propostas concretas e integradas às questões administrativas e políticas do Estado da Bahia e do Brasil. O advogada Marcos Adriano revelou-se uma boa surpresa, sendo prestador de assessorias e consultorias em diversos municípios, conhece as obrigações e limites das administrações municipais. No entanto, não conta com apoio político suficiente para disputar uma eleição de tal magnitude. A prefeita Sheila Lemos foi ousada em comparecer ao debate. Nervosa e insegura limitou-se a repetir os anúncios de sua própria propaganda tanto a institucional da prefeitura como aquela da sua campanha eleitoral.
Sempre existe a curiosidade popular em saber quem ganhou o debate. Essa questão não é tão simples. Evidentemente a vitória seria do candidato que convencesse o eleitorado de que as suas propostas são as melhores e por isso merece o voto do eleitor. Infelizmente, são poucos os eleitores que definem o seu voto por essa lógica. Do ponto de vista individual, são muitos e complexos os fatores que influem na decisão popular e que formam a vontade psicosocial. O ex-prefeito José Raimundo Fontes costuma afirmar que “entre a cabeça do eleitor e o voto existe um mundão de meu Deus”. A veracidade dessa afirmação não exclui a importância dos debates, da exposição das propostas de cada um e o debate como elemento de definição dos indecisos. Cabe a cada candidato utilizar o debate para expor suas ideias ou escondê-las. Ou, então, usá-lo como fez o candidato Pablo Marçal, em São Paulo, que criou o anti-debate como forma de se destacar. Aqui, em Vitória da Conquista, a atual prefeita revelou a sua fraqueza e desconhecimento das questões políticas e administrativas da cidade e da sua população.
Nesse período inicial desta reta final também foi desnudada a propaganda da prefeita. Em seu programa eleitoral, surgiu na tela com um semblante feliz e sorridente anunciado que as marcações de consultas, exames, resultados e outros procedimentos seriam todos resolvidos rapidamente em um mesmo local denominado “Facilita Saúde”. Essa propaganda demonstrou que a prefeita não sabe nada da sua própria administração e nem das dificuldades reais que a população vive no seu cotidiano. No dia seguinte à fantasiosa propaganda, uma fila quilométrica se formou na porta do programa, gente precisando dos mais variados serviços de saúde, alguns com protocolos com antigas datas de indicação dos procedimentos médicos. Não à toa o povo começou a chamar o local de “Dificulta Saúde”.
A coordenação política de Sheila Lemos ou ela própria busca desesperadamente criar um clima de vitória no primeiro turno. Ora, a sua pretendida vitória no primeiro turno é plausível apenas pela formação de três candidaturas da base democrática e popular que apoia o governador Jerônimo Rodrigues e o presidente Lula. No segundo turno essas forças estarão unidas e com as maiores chances de vitória. Essa perspectiva assombra as forças direitistas e bolsonaristas que compõe a candidatura da prefeita. Diante dessa situação escolhem a pior decisão: jogar todas as fichas na ilusão de vitória no primeiro turno. Esse desespero explica a publicação de uma pesquisa de intenção de votos, que contrariando todos as informações e dados estatísticos anteriores, prevê a vitória da prefeita com mais de 50% dos votos válidos. Veremos o estrago político, eleitoral e
psicológico que o advento do segundo turno causará nas hostes bolso-sheilistas.
Nesse mesmo período, o TRE/Bahia decidiu favoravelmente sobre o processo de impugnação do registro da candidatura de Sheila Lemos por formação de dinastia ou oligarquia familiar. Está na memória de todos o momento radiante em que a mãe, prefeita, Irma Lemos, passava o bastão da prefeitura para a filha Sheila Lemos. Os articuladores da candidatura de Sheila, na ânsia de conservarem seus cargos, esqueceram-se ou não sabiam sobre o impedimento legal de três gestões sucessivas de familiares em cargos eletivos do Executivo. Com base nesse principio legal o Tribunal Eleitoral da Bahia considerou improcedente o registro da candidatura da prefeita. Evidentemente, os mandatários da candidatura irão recorrer e a decisão final caberá ao Supremo Tribunal Federal. Eu entendo que até essa definição a cidade não pode parar. Espero que a provável vitória nas urnas de Waldenor Pereira encerre o processo e faça o município voltar à normalidade.
Mas, o grande acontecimento político-eleitoral foi a gigantesca caminhada realizada no dia 21 de setembro, sábado, pela campanha de Waldenor. Milhares de pessoas, candidatas e candidatos à vereança, apoiadores e gente simples do povo demonstraram e desfilaram a sua alegria e entusiasmo pelas ruas da cidade. Bandeiras coloridas, principalmente vermelhas eram sacudidas e davam um visual festivo que serpenteavam pelas ruas e alamedas do Centro da cidade. Das calçadas e janelas populares aplaudiam e manifestavam o seu apoio com palavras e gestos. As músicas e jingles da campanha de Waldenor e Luciana encantavam a todos. Os carros que passavam, em sua maioria, buzinavam em sinal de apoio. Inicialmente cada candidato e candidata procurou formar blocos distintos formados por seus apoiadores e suas bandeiras, mas o entusiamo logo misturou todos, o que não incomodou ninguém já que o objetivo era único: eleger Waldenor e Luciana.
O êxito da caminhada indicou o rumo da reta final da campanha. O povo com a sua força entende que ele é o protagonista maior das eleições e a condição indispensável da vida democrática é o voto e escolha de cada um!
A caminhada do último sábado revelou a grande força que vai decidir essas eleições: a presença e ação aguerrida da militância dos partidos populares e democráticos.
Edwaldo Alves Silva é filiado ao PT.