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Um museu da Imprensa
Essa ideia surgiu há muitos anos quando eu ainda era diretor do Sindicatos dos Jornalistas da Bahia-Sinjorba, em Vitória da Conquista, no início dos 2000 e quando elaborava o livro “A Imprensa e o Coronelismo na Região Sudoeste”. Nasceu também quando conseguimos, em meu mandato como dirigente sindical, um terreno doado pela Prefeitura Municipal, no Bairro Santa Cecília, para os jornalistas conquistenses.
Essa história é longa, mas o terreno foi registrado em cartório, inclusive com a planta da Casa dos Jornalistas e nela estaria incluído este museu com a finalidade de resgatar a memória da imprensa de Conquista e região. Os tempos passaram. São mais de 20 anos e não se sabe hoje com quem está esse projeto depois do falecimento de Edna Nolasco, com a qual cheguei a tratar do assunto.
Há alguns anos retomei a ideia do museu com o companheiro Luis Fernandes (falecido) e Rui Medeiros, inclusive com a proposta de ser instalado numa casa antiga da prefeitura, mas, infelizmente, não houve continuidade. Nem chegamos a ver essa possibilidade com o prefeito da época.
Neste domingo (dia 09/04) estive no Museu Kard e apresentei a sugestão para Alan Kardec que topou, com entusiasmo, ceder um espaço no local para a criação do Museu da Imprensa de Vitória da Conquista.
Ele acrescentou que a categoria montasse uma equipe de trabalho para fazer um esboço do projeto e cair em campo no resgate de peças, equipamentos (linotipo), jornais antigos, máquinas fotográficas, gravadores, máquinas de datilografia e outros objetos relacionados com a nossa imprensa.
Por áudio tive uma longa conversa hoje com o nosso companheiro do antigo e conceituado jornal Hoje, se não me engano, Paulo Nunes (bom de memória) que fez uma leitura minuciosa sobre a história dos jornais aqui em Conquista e algumas cidades da região, considerando ser o Museu da Imprensa de fundamental importância para não deixar que toda essa memória se perca com o tempo. Trocamos boas informações, muitas das quais nem conhecia. Lembramos de nomes, periódicos e fatos curiosos.
Paulo Nunes propôs, inclusive, fazer parte de um grupo de trabalho para alavancar meios para retornarmos o terreno dos jornalistas, doado pela prefeitura, e estudar a viabilidade da construção da Casa dos Jornalistas e do Museu da Imprensa.
Sabemos que a tarefa não é tão fácil assim, mas basta uma disposição de toda classe e colocarmos aquele jargão de “a união é que faz a força” para colocarmos a ideia em prática. Até brincamos que já estamos com idades avançadas, mas isso não importa porque o projeto ficaria para a posteridade e para esses moços que estão aí na labuta da profissão.
Fico a pensar e a me indagar do porquê que as coisas em Conquista são tão difíceis de acontecer? Acho que faltam disposição e compromisso coletivo. Na realidade, existe entre nós um grande individualismo onde cada um só quer saber de si visando apenas seus interesses. A verdade é dura, mas deve ser dita.
Com o advento da internet e dos meios eletrônicos em geral, os jornais foram substituídos por sites e blogs e hoje pouca gente ler textos, mesmo sendo nas telas dos celulares ou no computador. Existem muito mais leitores de manchete e títulos. Não é por isso que não temos a missão de recuperarmos essa história da imprensa em nossa região através da implantação de um museu.