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Muita enrolação da VIA BAHIA

Não me venha com essa de mimimi, senhor presidente da Via Bahia, José Bartolomeu, sobre a duplicação da BR-116, prometida há 13 anos e que até agora nada foi feito, a não ser uma extensão de Feira de Santana até o Paraguaçu. Muita enrolação e nada de concreto!
O encontro para discutir essa obra, realizado na manhã de ontem (dia 17/03), no auditório do Cemae, com entidades conquistenses, foi uma total decepção em termos de resultados práticos, e a própria organização pecou quando o dirigente falou por último dos pronunciamentos da mesa.
A reunião mais pareceu um debate político em época de eleições para ver quem mais se sobressaia no discurso para ganhar o voto do eleitor. Somente alguns representantes dos segmentos da sociedade tiveram o direito de fazer as ponderações e perguntas.
O debate deveria ter sido aberto ao público em geral, por sinal bem seleto, sem a participação das comunidades e associações de bairros em torno do Anel Viário que mais sofrem com os acidentes e transtornos de locomoção. A representação direta do povo sempre fica excluída nessas ocasiões.
O sr. Bartolomeu começou por narrar a difícil situação financeira da empresa e só faltou propor aos presentes da plateia a formação de uma “vaquinha” para ajudar a Via Bahia cobrir seu suposto “déficit” de caixa. Bem que ele poderia ter vindo com uma cuia!
Em sua fala, o presidente tratou logo de jogar a culpa nos órgãos do governo federal que não aceitam, segundo ele, assinar cláusulas de reavaliação do contrato. Seus advogados incluíram itens absurdos como forma de prolongar o processo que corre na Justiça para que a empresa cumpra com suas responsabilidades ou entregue a concessão.
Essa de descumprimento de acordos, tratados e convenções, sr. Bartolomeu, é uma questão cultural que veio de Portugal e se disseminou pelo Brasil colonial até os tempos atuais. Adotou-se aqui entre empreiteiros e construtores a cultura dos aditivos, sempre com mais verbas para concluir os serviços. Os acordos assinados em papel nunca são respeitados.
Esse contrato da Via Bahia foi feito “para inglês ver”, como a lei da abolição do tráfico negreiro assinada entre Brasil e Inglaterra, em 1831, onde as companhias de traficantes burlavam e transgrediam as normas estabelecidas. Foi preciso os britânicos ameaçarem invadir o país para ser criada a Lei Eusébio de Queirós, em 1850.
Não venha com essa, sr. Bartolomeu, de reequilibrar para voltar mais forte! Ninguém engole mais isso. Foi tão irritante que o público presente ensaiou um movimento de “Fora Via Bahia”, o que significa que essa concessionária não é mais desejada aqui. É persona non grata, e que se faça a licitação com outra empresa, mesmo tendo que esperar por mais quatro anos.
A única promessa amarelada que o presidente da Via Bahia deixou foi a de que as obras de duplicação, a partir de Poções até depois de alguns quilômetros de Vitória da Conquista, começariam a partir do segundo semestre, mas ninguém acredita mais nisso.
Lembro quando foi construído o Anel Viário de Conquista há quase 30 anos no Governo de Fernando Henrique Cardoso por proposição do deputado federal Coriolano Salles e emendas de outros parlamentares. Se não me engano, a princípio o projeto contemplava viadutos e passarelas nas vias de saídas e acessos da cidade.
Hoje esse Anel é uma arapuca da morte, e a Via Bahia fez apenas uns armengues com a colocação de cones e fechamento de ruas e loteamentos com gradis de ferro, impedindo a passagem das pessoas de um local para o outro. O mesmo armengue foi feito na BR na entrada do aeroporto. Cadê o viaduto e a outra pista paralela até a cidade prometidos pelo Governo do Estado e a empresa?
No Centro Industrial dos Imborés a situação é caótica e sempre está ocorrendo acidentes com mortes. O trânsito pesado de caminhões, carretas e veículos pequenos na entrada e saída de quem vem do Rio de Janeiro para o Norte ou vice-versa se tornou um inferno.
São mais de 36 milhões de carros em circulação por ano que atravessam Conquista. Até quando vamos ter que aturar essa Via Bahia, só nos tirando dinheiro nos pedágios? É abusar muito da nossa paciência! Como as vozes que clamaram da plateia: Fora Via Bahia!