Viviane, Waldenor, Xandó ou Zé Raimundo?

Na véspera do carnaval participei de uma reunião de antigos e experientes militantes do Partido dos Trabalhadores, alguns ex-gestores de governos municipais e estadual. Também estavam representados jovens e promissores petistas que certamente muito contribuirão para a desejada renovação do partido. Além da análise da vitória das forças democráticas e de esquerda no plano estadual, com Jeronimo; e com Lula em Brasília, logo a discussão estendeu-se para o futuro: as eleições municipais de 2024, em Vitória da Conquista.
O debate com esses companheiros e companheiras me ajudaram a refletir sobre a conjuntura nacional, a estadual e principalmente sobre a atual situação municipal.
Mesmo compreendendo que a atual prefeita ao assumir a prefeitura adquiriu grande responsabilidade de forma inesperada e fruto de uma fatalidade que ninguém queria, mas, mesmo assim, a cidade não merece continuar sendo castigada por uma gestora completamente despreparada e sem o suporte político necessário para tentar minimamente resolver os complexos problemas do município. Desorientada politicamente e errando nas questões administrativas, a gestão pública municipal cada vez mais se assemelha a uma nau sem rumo. Tentando recompor e liderar as correntes direitistas cometeu o enorme desatino de apoiar o candidato fascista contra Lula nas últimas eleições presidenciais. Hoje, corre o risco de ser enterrada juntamente com o bozofascismo.
Prefeita, por acaso, ao tomar posse teve que enfrentar aqueles que a viam como intrusa nas hostes hersistas. Durante sua interinidade que findou em março de 2021 com a morte do prefeito eleito, a prefeita, cercada por uma equipe que pouco confiava nela, procurou inicialmente governar como simples continuação da gestão que se encerrara em dezembro de 2020. Assumindo de fato o governo com o falecimento de Herzem, buscou dar uma marca pessoal ao seu incipiente governo sem, entretanto, possuir o seu próprio grupo. Tentou afastar-se da forma truculenta e autoritária do gestor anterior. Passou a escutar os conselhos setoriais, principalmente o de saúde, ouvir os sindicatos dos funcionários, comparecer às reuniões populares e restabelecer relações mais cordiais com o poder legislativo. Beneficiada com a comoção provocada pela morte de Herzem Gusmão, e, tratando-se de uma cara nova na política local, sem passado e sem história, tentou herdar o espólio hersista e consequentemente a liderança das forças direitistas e conservadoras. Inicialmente, obteve algum sucesso com a conclusão de algumas obras herdadas desde a época de Guilherme Menezes, nas maneiras mais suaves nas relações políticas, na redução das tarifas de transportes (altamente subsidiadas pela prefeitura), nas promessas de valorização do funcionalismo e nas obras de fachada em áreas nobres da cidade. Evidentemente, serviços públicos fundamentais como a saúde, a educação e projetos e programas sociais foram abandonados e sem prioridade orçamentária.
A adesão política e eleitoral ao bolsonarismo mostrou a verdadeira face da prefeita Sheila. Logo, a representante da alta elite comercial da cidade revelou a sua origem, desenvolvimento e acabamento como política conservadora e distante dos verdadeiros anseios populares. A periferia urbana e o imenso interior foram relegados ao esquecimento e ao abandono. A saúde, o ensino, políticas sociais não foram consideradas na administração municipal. As promessas iniciais ao funcionalismo, especialmente ao professorado, foram jogadas aos vento. As perseguições retornaram na mesma força existente no governo anterior. Que o diga o competente servidor Afonso Silvestre que, corajosamente, continua a exigir seus direitos e justiça. Os estranhos contratos sem licitação de consultorias e assessorias continuam a escandalizar todos aqueles que conhecem os conceitos básicos sobre administração pública. Vitória da Conquista tornou-se verdadeira Belíndia, Bélgica na Olivia Flores e Índia na periferia.
A situação catastrófica da administração municipal indica a vitória oposicionista nas eleições municipais de 2024 em Vitória da Conquista. A derrota em 2016 fruto de uma situação nacional extremamente desfavorável e, 2020, cujo segundo turno foi decidido pelo uso total e abusivo da máquina pública, do poder econômico e ações ilegais que mesmo repetidas dificilmente conseguirão impedir a vitória das forças populares e democráticas em 2024.
A candidatura das forças democráticas e progressistas certamente surgirá da Federação partidária composta pelo PT, pelo PCdoB e o PV. Os candidatos proporcionais seguirão a mesma aliança. Apesar da polaridade existente em Conquista, logicamente, a aliança eleitoral pode e deve ampliar-se para outros partidos e correntes que apoiem o governo de Lula e o estadual de Jerônimo, defendam intransigentemente a democracia e adotem o programa político-administrativo do nosso projeto de desenvolvimento de Conquista e da melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo.
O PT, partido do Presidente da República Lula, do governador da Bahia Jerônimo, com a maior e verdadeiramente oposicionista bancada na Câmara Municipal não pode furtar-se a apresentar nomes comprovados e competitivos para análise e decisão da nossa Federação e da sociedade conquistense.
A nossa tarefa é lutar pelo sucesso das políticas de Lula e barrar os intentos golpistas e antidemocráticos que certamente ainda ocorrerão durante o seu governo. Na Bahia, a continuidade das ações e medidas dos governos populares iniciados em 2007 é fundamental para a melhoria crescente das condições de vida do povo baiano.
Apesar de não contar com a sua maior força e prestígio eleitoral, já que Guilherme Menezes declinou de ser candidato porque considera que já cumpriu seu dever tendo sido eleito diversas vezes, o PT ainda dispõe de excelentes pré-candidatos e candidata.
Depois de participar da reunião com os valorosos companheiros e companheiras, ressalto que as opiniões e nomes que menciono aqui são de minha inteira responsabilidade mesmo admitindo que muitos compartilham da mesma opinião.
Viviane Sampaio, vereadora em segundo mandato sendo competente oposicionista, enfermeira e advogada, foi secretária de saúde na gestão de Guilherme Menezes, defensora intransigente dos direitos da mulher, dos direitos humanos e da democracia.
Xandó, como é conhecido Alexandre Garcia, vereador mais votado do PT, advogado e professor, defensor e ativista de movimentos sociais e populares, militante da OAB, participante ativo das reivindicações da população no parlamento e nas ruas.
Waldenor Pereira, economista, foi reitor da UESB, fundador do PT em Vitória da Conquista Conquista, eleito deputado estadual (2003/2010) com Guilherme, desde 2011 é deputado federal sendo um dos melhores e mais ativos deputados na Câmara Federal.
Zé Raimundo, histórico fundador do PT em Vitória da Conquista, historiador e professor, vice-prefeito em 2001, assumiu a prefeitura em 2003, elegeu-se prefeito em 2004 até 2008, eleito deputado estadual em 2010 e atualmente é primeiro vice-presidente da ALBA.
Esses nomes já estão sendo discutidos pela militância e simpatizantes do PT mas outros podem surgir, demonstrando que o partido possui quadros experientes e comprovados e outros mais jovens que podem garantir a renovação política e geracional desejada. Essa quantidade e variedade de pré-candidatos significam nossa força e pujança partidária porque sabemos que ao final do democrático processo de escolha estaremos unidos e confiantes na vitória nas eleições municipais de 2024.
Os nossos adversários sonham com a divisão do PT mas é um sonho impossível. Sugiro que eles apelem para os mesmos seres extraterrestres que imaginavam iriam descer de um disco voador para dar um golpe e impedir a posse de Lula.
Edwaldo Alves Silva é filiado ao PT.