Megaobra histórica no Brasil! Transposição do Rio São Francisco traz esperança ao Nordeste com 477 km de canais, combatendo a seca em uma das maiores expansões hídricas do mundo

A devastadora seca de 1877 a 1879, que dizimou cerca de 10% da população do Ceará, reascendeu o debate sobre a viabilidade da transposição do Rio São Francisco. Durante a seca, engenheiros foram enviados à região para estudar possíveis soluções. A construção de açudes e barragens como o açude do Cedro foi uma das alternativas propostas.
Apesar disso, a transposição do Rio São Francisco continuava a ser vista como a solução definitiva para o problema da seca, porém o projeto hídrico enfrentou inúmeras dificuldades ao longo das décadas seguintes, sendo retomado apenas no século XX com avanços na tecnologia e na engenharia.
O projeto moderno da transposição do Rio São Francisco começou a ganhar a forma em 1985, no departamento Nacional de obras e saneamento. Em 1999 o projeto foi transferido para o Ministério da Integração Nacional. Embora considerado estratégico para o Nordeste, a megaobra enfrentou disputas judiciais e burocráticas que atrasaram seu início.
Entenda como é composta a Megaobra do Nordeste
Em Julho de 2007 as obras começaram, marcando o início de uma das maiores construções hídricas do mundo.
Originalmente a transposição do Rio São Francisco previa a construção de 699 km de canais e diversos ramais adicionais. No entanto, os governos Lula e Dilma reduziram o projeto hídrico para 477 km, cerca de 68% do plano Inicial.
Essa mudança ainda incluiu a construção de infraestrutura monumental, como 13 aquedutos, 9 estações de bombeamento, 27 reservatórios e 4 túneis, sendo o Cuncas 1, o maior da América Latina, com 15 km de extensão.
O eixo Norte com 260 km de extensão e o eixo Leste com 217 km, foram os dois principais componentes do projeto. O eixo Norte Visa alimentar importantes rios e açudes, enquanto o eixo Leste fornece água para o Sertão e o Agreste. Esses eixos são fundamentais para garantir o abastecimento de água em regiões que historicamente sofrem com a seca.
Transposição do São Francisco terá PPP em 2025
Vale mencionar que o governo federal está prestes a fechar um contrato de gestão das águas da transposição do rio São Francisco com os quatro estados beneficiados pelo projeto, sendo eles Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Paralelamente à assinatura do contrato, entrará em fase decisiva a modelagem de uma parceria público-privada (PPP) para operação dos dois eixos (Norte e Leste) da transposição, que hoje é feita pela Secretaria Nacional de Segurança Hídrica do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
A PPP significa que a futura empresa responsável pela gestão e operação das águas também receberá aportes públicos para fechar as contas do projeto. Segundo Waldez, um dos compromissos a serem assumidos pela concessionária é a instalação de novos conjuntos de bombas de elevação das águas do projeto hídrico.