Joaquim da Costa Ribeiro, o desconhecido cientista brasileiro que revolucionou a eletrônica
Eleições, dinheiro, a mentira e o golpe do asfalto borra de café
Jeremias Macário
Com esse sistema eleitoral escandaloso, desigual e desleal, onde a justiça faz de conta que fiscaliza e depois de passado o pleito declara que tudo foi normal, o que temos hoje é uma trindade do mal que serve para enganar o povo de que ele está exercendo sua cidadania democrática.
Sem fazer rodeios, vamos direto ao assunto que nos interessa, falando especificamente do caso particular de Vitória da Conquista. Após as eleições de seis de outubro, o que mais se ouve nos comentários são relatos – e não são falsos – de que houve um derrame de dinheiro na cidade na compra de votos, especialmente por parte dos candidatos ao legislativo.
Os fatos são verdadeiros e não são fake news porque ouvi gente dizer que recebeu dinheiro e outros que bateram em sua porta com mandantes de candidatos com a mesma proposta. Não vou aqui revelar as fontes porque me reservo ao direito do segredo constitucional jornalístico.
Não me venham com essa de que são boatos. Todos estão cientes e carecas de saber disso. Eleições, dinheiro e a mentira caminham juntos de mãos dadas, como nos velhos tempos dos coronéis, do voto de cabresto, só que lá atrás o método era mais visível e acintoso. O que importa é que a forma do bolo permanece.
Além do dinheiro, os candidatos à reeleição para a Câmara usaram da estrutura de gabinete, o que é ilícito e, sobre isso, tenho até como provar porque vi nas ruas e me enviaram mensagens pedindo voto. Nem deram o cuidado de ver que também fui candidato.
Pelas irregularidades praticadas, por lei as candidaturas teriam que ser todas anuladas, mas isso é uma utopia. A pergunta que não quer se calar é: Que democracia é essa de que tanto defendemos no Brasil? Alguém deve responder: É a que temos, a mambembe tupiniquim.
O quadro está bem escancarado que, neste país, para se eleger, não adianta você ser ético, ter honra, caráter, idoneidade, estar preparado, ter capacidade e mérito. Se se não tiver o dinheiro na frente para comprar o voto, você não vai para lugar algum, a não ser ao fracasso. Não conte com essas pessoas que dão tapinhas em suas costas, dizem ser seus amigos e lhe fazem rasgos de elogios.
Essa cultura já está tão enraizada em nosso povo que o eleitor pede mesmo um “dindim” quando é abordado. Sou testemunha disso porque muitos me pediram na cara de pau, até para tomar uma cachaça ou uma cervejinha.
Além da grana, entrou também nessa eleição (não é novidade e coisa inédita) a transferência irregular de milhares de títulos de uma cidade aqui próxima para Conquista. Será que a justiça eleitoral daqui não desconfiou dessa anormalidade?
Eleição neste país virou uma bandalheira, malandragem e uma molecagem. Por essas e outras, a nossa Câmara de Vereadores de Conquista continua de baixo nível e formada de pessoas suspeitas, com raras exceções. E vai se manter assim porque os bons vão se afastando da disputa. Quem perde é o próprio povo que se vende.
Por acaso, o Congresso Nacional tem algum interesse de mudar essa safadeza e fazer uma reforma eleitoral completa, digna e limpa? É claro que não, porque o sistema vergonhoso existente beneficia a todos eles, tanto da direita, da esquerda como do centro. Nisso aí todos comungam do mesmo pensamento. Nessa hora, para o lixo as ideologias. Quem perde mais com isso é a esquerda. “Quem com porcos se junta, farelos come”.
O GOLPE DO ASFALTO BORRA DE CAFÉ
Por ordem, no que diz respeito ao cargo para o poder executivo, essa eleição também foi marcada pelo golpe do asfalto borra de café, para enganar a população. Em muitas ruas bastou pequenas pancadas de chuvas para começar a aparecer pequenos buracos no pavimento. Imagina se vier uma chuvarada pesada com fortes enxurradas! Vai transformar tudo em buraqueiras, do tipo “costela de vaca”, pior do que antes na terra solta.
Dias antes das eleições visitei vários bairros, como Jardim Guanabara II e Felícia. Os tratores estavam parados e apenas poucos homens faziam os serviços de meio-fio. Retornei ontem (dia 21/10) e constatei muita terra e poeira nos passeios das casas. A espessura do asfalto é fina, chegando a cerca de um centímetro.
Não é preciso ser um especialista para se chegar à conclusão de que as obras, iniciadas na véspera do pleito, e cujos recursos foram provenientes do empréstimo de 160 milhões com a Caixa Econômica, são eleitoreiras com intuito de enganar o povo. É o chamado uso da máquina, e isso já virou coisa comum na política brasileira.
É aquela história do “é assim mesmo” e todos se utilizam da mesma prática para galgar o poder ou nele permanecer. Infelizmente, neste nosso país, ganha eleição quem mais tem dinheiro em caixa e mais mente.
Dizer a verdade e jogar limpo são derrotas na certa, sem contar que o próprio eleitor aprendeu também com os tempos que usar da malandragem é uma virtude para se dar bem. A esperteza maquiavélica é premiada e merece ser votada. Depois não venham com choros e lamentações depois do leite derramado, ou da borra de café.