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Gildásio Pereira Castro, aliás Castro Guerra
Para Rosinha
Completaria 89 anos, no próximo mês, Gildásio Pereira Castro, que faleceu em 23 deste mês de agosto de 2024.
Gildásio Pereira Castro, que assinava seus livros com o nome Castro Guerra, nasceu, em 6 de setembro de 1935, em Urandi, Bahia, quase Minas, filho de João Pereira Castro e Rita de Castro Guerra.
Em Caetité, realizou seu curso primário, na tradicional Escola Normal, em Salvador, concluiu suas etapas secundário e médio. Seu curso de Direito foi iniciado e concluído na Faculdade de Direito Cândido Mendes, Rio de Janeiro, onde foi editor do jornal acadêmico Jus e presidiu o partido estudantil União Renovadora.
Advogou com êxito em todo o sertão da Bahia, especialmente em Licínio de Almeida, Caculé, Jacaraci, Condeúba, Brumado, Livramento e Rio de Contas.
Resolveu ser Juiz de Direito e, com o preparo que possuía, inscreveu-se em concurso e obteve o primeiro lugar entre muitos concorrentes e, nomeado juiz, serviu nas comarcas de Mutuípe, Abaíra, Livramento do Brumado, Vitória da Conquista, Jequié e Itabuna, tendo feito substituição em outras comarcas ao tempo de juiz titular em comarca em que estava provido.
Diga-se de logo: tratava-se de juiz admirado por advogados e comarcãos. Com grande conhecimento em Direito Civil e Criminal, era auxiliado por extenso conhecimento geral, inclusive literatura, que ele amava.
Gildásio Pereira Castro era Poeta. Editava seus poemas sob nome Castro Guerra. Foram vários de sua lavra que vieram a lume: Divagações do Estro, Sequelas de Saudade, Outonais, Vária Musa, Conquistais. Trata-se de poeta convincente, com linguagem escorreita, e temática diversa. Mozart Tanajura destacava a diversidade temática de Castro Guerra, ao identificar poemas de circunstâncias, reminiscências, poemas folclóricos, poemas irônicos e sentimentais, poesias religiosas, poemas de inspiração social. Tem razão. A temática de Castro Guerra é ampla.
Seu último livro (Conquistais – Portais conquistenses) é dedicado a Vitória da Conquista, onde viveu a maior parte de sua vida de juiz de Direito. São como poemas de saudade de Conquista anterior aos anos oitenta, como o dedicado à Praça Barão do Rio Branco do qual transcrevo parte: Praça,/Praça do Barão do Rio Branco/se no poema, um rê te arranco/ no tempo manco,/ és simplesmente a Praça dos Bancos/ que nem tem mais um só banco/ onde possa pousar minhas saudades/ (….) Lembro-me, perfeitamente/ o calçamento rústico, nada de asfalto/ gente, muita gente formigando/ cambistas da Federal/ “olha a sorte! Olha a sorte!”/ Pombos catando no chão, sem ligar o transeunte,/ esmoladores esperando passageiros,/o cego com a vida lamurienta/ bordões e primas doendo em Paraguassu…/ Viajantes empoeirados/ malas de fibra na mão,/ romeiros, sampauleiros,/ estudantes em tempo de férias,/ voltando de Salvador, do Rio, não sei de onde…/ Ponto de jardineira embarreada/ do tempo das estradas em cascalho,/ Tempo da Santa Cidade Pequena,/ romântica/ da década não-sei de quando. (…).
Gildásio foi homenageado pela comunidade Conquistense com o nome de uma escola municipal: Escola Gildásio Castro, na zona Oeste da cidade, a qual ele visitou por diversas vezes e pediu ao prefeito que asfaltasse a rua de acesso.
Vive em boa memória. Abraço fortemente familiares e amigos.