Bolsonaro está tão apático com delação de Mauro Cid quanto ficou quando perdeu para Lula
Aliados se espantaram com o desânimo do ex-presidente, que sei internou para duas outras cirurgias no intestino
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se diz “decepcionado” com a delação de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Ele diz a aliados que não contava com a “deserção” do tenente-coronel.
Apesar disso, o que tem espantado mesmo as pessoas próximas é o desânimo de Bolsonaro. Segundo um integrante da cúpula do PL, o ex-presidente exibe agora um abatimento comparável ao que apresentava nos dias que se seguiram à derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado.
Segundo informações do Blog do Josias, ele confidenciou a correligionários o receio de que Bolsonaro decida submergir.
Ao menos quatro generais
A expectativa em torno da delação premiada do tenente coronel Mauro Cid tem provocado um misto de ansiedade e pânico na cúpula militar, especialmente entre generais da caserna que serviram no governo do ex-presidente.
“Em mãos. Para ele”, seria a frase exata dita pelo militar aos policiais federais, lembrando que os US$ 68 mil foram inicialmente depositados na conta de seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, que depois foi o repassando aos poucos a Bolsonaro.
Ainda assim, diante do teor que a Veja reporta até o momento, boa parte dos depoimentos de Cid teriam seguido a linha de ‘aliviar’ as coisas para Bolsonaro e, sobretudo para os militares de alto escalão suspeitos de ações golpistas, como os generais Walter Braga Netto, Luiz Eduardo Ramos e Augusto Heleno, respectivamente da Casa Civil, Secretaria de Governo e Gabinete de Segurança Institucional.
“Nunca vi o general Braga Netto levando nada ao presidente, nenhuma proposta, nada. O general Ramos desapareceu naquele período. Já o general Heleno estava mais preocupado com a saúde do presidente do que com os manifestantes”, teria acrescentado na delação.