Boric defende ‘reação conjunta da América Latina’ a possível golpe no Brasil

Presidente chileno defendeu atuação conjunta do subcontinente em caso de uma virtual ruptura democrática nas eleições brasileiras deste ano
Em entrevista à revista Time, publicada nesta quarta-feira (31), o presidente do Chile, Gabriel Boric, defendeu que a América Latina “tem que reagir em conjunto para colaborar na prevenção” a um possível golpe de Estado no Brasil. Na ocasião, Boric foi questionado sobre a possibilidade de o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), não aceitar os resultados das eleições de outubro.
Diante de um virtual cenário de ruptura democrática no Brasil, o presidente chileno defendeu atuação conjunta do subcontinente e saudou a Carta em Defesa do Estado Democrático de Direito, elaborada por juristas e pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP).
“Foi muito esperançoso ver a carta de São Paulo, que tem um milhão de assinaturas a favor da democracia, com a transversalidade dos signatários de [vários setores da sociedade e da política]. Foi um sinal poderoso da sociedade civil brasileira. Se houver uma tentativa como aconteceu, por exemplo, com a Bolívia [em 2020], onde se acusou de fraude que não foi, e um golpe de Estado foi validado, a América Latina tem que reagir em conjunto para colaborar na prevenção”.
Assim que foi eleito, o chileno disse que, claramente, ele e Bolsonaro são muito diferentes. Ex-líder estudantil, Boric atuou como deputado e foi um dos fundadores da coalizão política Frente Ampla. No pleito que o elegeu, teve o apoio do Partido Comunista e de uma coalizão de siglas de esquerda.
Boric derrotou José Antonio Kast, tido como “Bolsonaro do Chile” e defensor declarado do ex-ditador Augusto Pinochet.