Os negacionistas atacam

Em Salvador, na Unidade de Saúde da Família, no Bairro de São Cristóvão, uma mulher atirou pedras contra os trabalhadores após ser orientada a usar máscara nas dependências do posto. Não é somente um caso isolado, mas outros estão ocorrendo contra profissionais da saúde durante essa maldita pandemia.
Nem precisa dizer que se trata de um absurdo nos tempos de hoje, em pleno século XXI, mas isso reflete o mau exemplo que o dito cujo capitão-presidente faz com suas aglomerações e até tirando máscara de criança, sem contar o incentivo ao uso de armas; dizer que não vai vacinar sua filha; destruição do meio ambiente; e comportamentos racistas, homofóbicos, intolerância religiosa e misóginos.
Numa casa onde o pai não dá o devido exemplo, a probabilidade da família (ainda fala de família, pátria e tradição) ser desajustada é bem maior. Ele dá a senha, e aí arrebanha milhões de seguidores, principalmente num país de maioria inculta e sem instrução. Os enrustidos, como os fanáticos evangélicos, saem do armário, e atacam com violência.
Aqui mesmo em Vitória da Conquista, num posto de saúde, vi uma mulher debochar do funcionário porque ele tentava ordenar o distanciamento da fila de vacinação. Simplesmente, ela disse que não adiantava em nada, e tanto fazia juntos como separados, a Covid pegava. Outro resistiu não redar pé do lugar em que estava.
Na capital baiana, a situação está tão grave nas unidades de saúde, que se criou o movimento “Parem de Agredir”! A mobilização do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador tem o objetivo de chamar a atenção do poder executivo, no sentido de garantir segurança aos funcionários.
Um profissional chegou a dar uma entrevista afirmando que as agressões têm sido constantes. “Hoje a gente vem levando até tapa na cara, soco na boca e pedradas (coisa da Idade Média, ou da Antiga mesmo). Para coibir esses atos, a Prefeitura Municipal solicitou aos órgãos de segurança a realização de rondas ostensivas nas regiões dos postos de saúde.
Como pragas do Egito, os negacionistas e fanáticos estão em todas as partes para confundir os incautos. A morte de um idoso vacinado é um prato cheio para eles irem soltando suas fake news. De imediato, apontam o dedo de que foi a vacina que matou, ou que ela em nada adiantou.
Não querem nem saber do histórico de doenças da pessoa, ou se o falecido estava com a imunização completa. Tem muitos que vieram a óbito porque resistiram se vacinar lá atrás e, somente agora, resolveram tomar a primeira dose.
É a chamada turma dos atrasados, sem o reforço, que está totalmente desprotegida. Outros, quando chegam no hospital, têm vergonha de falar que não estão vacinados. Tomei as três aplicações nas datas certas; tive Covid, e só fui acometido de sintomas leves.