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A política de Vitória da Conquista à deriva: a união em torno de um candidato importado e a urgência do voto distrital
                                   
                  A política de Vitória da Conquista atingiu um novo e preocupante patamar de degradação. Em uma manobra que desafia a lógica da representatividade local, vereadores da cidade, incluindo o próprio presidente da Câmara e um suplente, uniram-se para apoiar um jovem médico de Salvador, sem qualquer vínculo orgânico com o município que será candidato a deputado federal na próxima eleição.
.Com um eleitorado de aproximadamente 250 mil pessoas, Conquista foi surpreendida por uma aliança que privilegia interesses externos, em detrimento das demandas genuínas da população local.
O candidato, primário na política, tem como principal credencial o fato de ser filho do presidente da Câmara Municipal de Salvador. Sua candidatura, mais que uma aposta, parece uma estratégia clara para utilizar o poder econômico e a influência de sua família para conquistar votos em uma cidade que desconhece. Este cenário revela uma política de “garimpeiros de votos”, que buscam em outras praças o que não conseguem construir em seu próprio reduto, desrespeitando o eleitorado e minando a confiança na representação popular.
Essa situação escancara a necessidade urgente de uma reforma eleitoral, focada na implantação do voto distrital. O modelo atual, de lista aberta, permite que candidatos com alto poder financeiro “importem” votos de outras regiões, utilizando a estrutura partidária para se elegerem. Já no voto distrital, o município seria dividido em distritos, e cada eleitor votaria em um candidato da sua própria região. Isso forçaria os candidatos a construírem suas bases eleitorais localmente, aproximando o representante do representado e eliminando a influência de forasteiros oportunistas.
A adoção do voto distrital no Brasil, especialmente para as eleições municipais, é um passo crucial para resgatar a legitimidade da política. Ele impediria que “forasteiros” com pouco ou nenhum conhecimento dos problemas locais se elejam com base em poderio econômico e alianças de conveniência. Ao focar a disputa eleitoral nos distritos, o sistema valoriza o trabalho de base, o engajamento com a comunidade e o conhecimento das necessidades reais da população. A reforma é um clamor pela valorização da representatividade autêntica e pelo fim da política de balcão que envergonha Vitória da Conquista.
SEVERO SALES
        
								