O maior medo do governo do DF com a ida de Bolsonaro para a Papuda
Vitória da Conquista, 185 anos. O Futuro Comprometido.
Faltam 15 anos para que a data da elevação do Distrito da Vitória a município e sua instalação, como Imperial Vila da Vitória, complete dois séculos. O Distrito, de 1820, integrante da Vila de Santana do Principe de Caetité (Caetité) ganhou a fraca autonomia dos municípios de então, após vinte anos como distrito de vila.
Teve nome de Imperial Vila da Vitória, por lei de 1840, Conquista, em 1891, e Vitória da Conquista (nome da antiga freguesia), em 1943.
Hoje, perto de dois séculos, a malha urbana continua a ser espraiada com os erros do passado.
Repete-se a velha prática de, sem articulação outra com o centro, abrir loteamentos à beira de rodovias e ruas perpendiculares a essa, longe do centro, com grandes áreas desocupadas. Com isso, condenam as rodovias transformarem-se em avenidas, estabelecem-se vazios não urbanificados, mistura-se tráfego rodoviário e urbano, sobrecarrega-se a rodovia transformada em avenida, aumentam-se percursos e impõe-se ao poder público serviços e despesas maiores. Tem sido assim. Continua assim.
BR119 é Avenida Presidente Dutra/Integração; BA 262 é Avenida Brumado; Ba 265 é Avenida Presidente Vargas; Ba 415 é Avenida Juracy Magalhães; o Anel Viário foi logo transposto sem cuidados.
Conjuntos habitacionais seguiram a tendência: URBIS construiu seus conjuntos (exceto INOCOOP I e II) à beira de Rodovias à época separados
por espaços vazios em relação ao centro. Hoje, conjuntos do “Programa Minha Casa, Minha Vida” acompanham esse verdadeiro vício.
Afinal, a política habitacional aprofunda, sem esse objetivo, os desvios em colaboração com a despreocupação (eufemismo) do município: conjuntos são aprovados após áreas vazias, longe do centro, à beira de rodovias. Tão necessária a politica social de habitação, no plano do urbanismo e do urbano a administração municipal não cuida de adequá-la ao bom desenvolvimento da cidade.
A BA 265 agora é privilegiada. Em suas margens, ou quase nelas, estão novos loteamentos em que a articulação com o centro é feita por essa rodovia e assim continua o erro.
Condomínios de lotes e grandes conjuntos fechados criam ruas sem olho, corredores extensos com muros em cada lado, revelando aspectos de arquitetura hostil agravada com as “bolas”‘ de arame farpado, que lembram campo de concentração.
Ruas mal dimensionadas, loteamentos que não se “encaixam” em loteamentos vizinhos, montes de entulho em cada área não ocupada de grandes parcelamentos, ilegalidade de parcelamentos em área rural próxima ou rural de expansão (os chacreamentos) que ferem a lei e agravam a configuração do ambiente e a situação de disformidade.
Não se soluciona a poluição do Rio Verruga e agora vai se conformando tendência de, em suas margens, surgirem muros com a perspectiva de deixarem obstáculos ao livre escoamento das águas numa cidade construída na encosta da serra.
Não basta isso?
Parece que para diversas administrações, isso é insuficiente.
Planos Diretores Urbanos não são respeitados. Gastou-se muito dinheiro com um plano que seria uma das grandes maravilhas do urbanismo
no mundo, de acordo com a demagogia vigente.
Seu projeto de lei foi abandonado; foi substituído por outro que, no fundo apenas zoneia o município e tem caráter principiológico, mas mesmo nisso não é aplicado.
A mais nova atitude criminosa contra o necessário planejamento
urbano é a anunciada venda de áreas verdes e institucionais de loteamentos urbanos, atentatória ao meio ambiente e a futuras necessidades do município, ao bem estar dos habitantes atuais e futuros e ao desenvolvimento das funções sociais da cidade.
Parece que reina, para comprometer o futuro urbano de Vitória da Conquista, a primária incapacidade de aprender com os erros do passado.
Mas… parabéns cidade de Vitória da Conquista. Nem Suíça Baiana, nem Capital do Biscoito. Apenas Conquista, Vitória da Conquista. “Verde que te quero verde” (Lorca).

