Por que o Exército colocou a monografia de general Mario Fernandes sob sigilo?

Deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) protocolou pedido de informações ao Ministério da Defesa sobre a proibição do acesso público a trabalho escrito em 2002 por militar acusado pela Polícia Federal de participação em trama golpista
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) protocolou um pedido de informações ao Ministério da Defesa, nesta segunda-feira (2), para saber por que o Exército “adotou repentinamente a restrição de acesso” à monografia, escrita em 2002, pelo general da reserva Mario Fernandes para sua conclusão de curso da Escola de Comando e Estado-Maior da Força (Eceme).
Mario Fernandes é um dos 37 indiciados na trama golpista investigada pela Polícia Federal (PF), que o aponta como um dos responsáveis pela elaboração do planejamento do assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexande de Moraes.
Também segundo as investigações, Fernandes participou dos acampamentos golpistas em dezembro, quando “ainda ocupava o cargo de chefe substituto da Secretaria Geral da Presidência da República, possuindo estreita proximidade com o então presidente Jair Bolsonaro”, conforme o relatório da PF.
A proibição do acesso público à monografia “Comando de Operações de Unidades Especiais (COpUEsp): análise crítica” ocorreu na sexta-feira (29), quando reportagem do jornal Folha de S. Paulo esteve na Eceme e solicitou o trabalho, que foi entregue para consulta. Contudo, 10 minutos depois, uma bibliotecária retirou a monografia alegando que o material era sigiloso.
Questionado pelo veículo no mesmo, o Exército não respondeu sobre os motivos que teriam levado o trabalho a ser classificado como sigiloso.