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Para Israel, a melhor defesa é o ataque

A estrela de David caiu sobre a cabeça de Lula. Mais uma vez, o presidente se manifesta como um mandatário que analisa friamente o clima de medo e o caos humanitário no Oriente Médio. Dessa vez, Luiz Inácio mexeu com os brios do primeiro-ministro de Israel, o todo poderoso Benjamin Netaniahu, cujo sonho expansionista ninguém neste mundo consegue impedir.
Na contramão de outras entidades representativas da comunidade judaica no Brasil, o grupo “Vozes Judaicas por Libertação”, com sede em São Paulo, escreveu que “Lula externou o que há no imaginário de muitos de nós”.
Para bolsonaristas e evangélicos, a palavra do presidente a respeito do massacre de palestinos no Oriente Médio foi o combustível que estavam precisando para dar continuidade aos discursos de ódio. Com a assinatura de 91 deputados (71 do PL e 20 de partidos da base governista), foi entregue à Mesa da Câmara um pedido de impeachment do presidente Lula, “por ato de hostilidade a outra nação”. Dois deputados baianos do PL (Capitão Alden e Roberta Roma) assinaram o documento.
Fábio Wajngarten e Silas Malafaia, organizadores da manifestação marcada para o próximo domingo na Avenida Paulista, discutem o envio de convite ao embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine. A finalidade da reunião é dar ao negacionista Jair Bolsonaro uma tribuna para se defender das acusações de golpista. Alden e Roberta – sempre eles – vão “representar” a Bahia.
Na opinião de um diplomata brasileiro, Israel promoveu um show no Museu do Holocausto, em Jerusalém, para “passar uma reprimenda” no embaixador do Brasil, Frederico Meyer. O Itamaraty reputou como uma humilhação ao Brasil. Ao final do ato ultrajante, Lula foi sentenciado como “persona non grata ao Estado de Israel”.
O Brasil foi um dos primeiros países a condenar o ataque no dia 7 de outubro do grupo terrorista Hamas a civis israelenses, que causou a morte de 1.200 pessoas e o sequestro de 250. A FAB realizou seis voos a Tel Aviv, logo após o início da ofensiva do exército israelense contra o povo palestino, onde resgatou cerca de 1.200 judeus brasileiros. Devemos lembrar sempre que foi um brasileiro, o diplomata Osvaldo Aranha, que, em 1948, na condição de presidente da Assembleia Geral da ONU, conduziu o povo judeu ao recém-criado Estado de Israel.
A proposta aprovada pela ONU concedeu aos judeus 78% das terras que há séculos eram ocupadas pelos palestinos. Cerca de 800 mil deles foram expulsos de suas casas, passando a ocupar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, o que corresponde a 22%. Com o passar dos anos, a ONU e as grandes nações fecharam os olhos para as ações expansionistas de um estado fortemente armado pelos Estados Unidos.
A diáspora palestina não tem similar na história da humanidade. Cansados de clamar por uma pátria, milhões de palestinos estão espalhados por todos os continentes – no Brasil são 59 mil. Os que ficaram são submetidos a um regime de apartheid, impossibilitados de ir e vir, sempre vigiados pelo exército de Israel. Há 2.873 palestinos, inclusive crianças, sem culpa formada, nas prisões israelenses.
Com o voto – pela terceira vez – contrário dos Estados Unidos e a abstenção do Reino Unido, o Conselho de Segurança da ONU não pôde apreciar nessa terça-feira (dia 20) o pedido redigido pela Argélia e aprovado por 13 nações, para um cessar-fogo em Gaza.
Em Haia, a Corte Internacional de Justiça, com base na Convenção para a Prevenção de Genocídios, aprecia pedido da África do Sul para que declare ilegal a ocupação do território palestino por forças de Israel. “O apartheid israelense é pior do que o vivido por meu país”, afirmou o embaixador africano Vuzumuzi Madonsela, acreditado na Holanda.
Sem dar importância às decisões de organismos internacionais e à condenação do mundo às suas ações belicistas, Netaniahu ordena ao seu “exército de defesa” a invasão do sul de Gaza, onde estão amontoados, em precárias condições de saúde e higiene, mais de dois milhões de palestinos. Não há mais para onde fugir das bombas israelenses. No norte, as mortes estão se dando por fome e doenças.