Ex-diretor-geral da PF diz que reunião com Torres no 2º turno foi marcada em cima da hora

Informação foi revelada por Márcio Nunes em depoimento à PF
O ex-diretor-geral da Polícia Federal (PF), delegado Márcio Nunes, afirmou que a reunião realizada as vésperas do segundo turno, na Bahia, com o então ministro da Justiça, Anderson Torres, ocorreu de última hora e que não tinha “uma pauta definida”. A informação foi revelada por Nunes em depoimento à PF.
Segundo o delegado, o encontro serviu para falar sobre as eleições e um pedido de reforço no policiamento. A viagem à Bahia entrou na mira das autoridades após suspeitas de que Torres teria usado a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para atrapalhar a votação de eleitores no Nordeste com o objetivo de beneficiar Jair Bolsonaro.
Na oitiva realizada em 11 de maio, Nunes alegou ser o responsável pelo convite a Anderson Torres. O ex-ministro teria “perguntado o que poderia ser feito e o depoente sugerido a viagem naquele momento, para visita institucional à unidade e à obra”, na Superintendência da PF, em Salvador.
Em 25 de outubro de 2022, Anderson Torres e o delegado participaram de uma reunião com o então superintendente da PF baiana, Leandro Almada.
“Foi um bate-papo informal. Foram tratados de uma remoção de uma servidora, do andamento da obra e de assuntos eleitorais, quais sejam o reforço do efetivo nas eleições, tendo o depoente determinado que fosse colocado o máximo possível de servidores para trabalhar nas eleições”, disse o ex-diretor-geral.