É falso que criminosos gritaram ‘fora Bolsonaro’ ao incendiar ônibus em Brasília
Repórter que estava no local esclareceu que os gritos vinham de prédios ao redor, não de manifestantes que estavam em protesto
Não é verdade que criminosos gritaram “fora Bolsonaro” enquanto incendiavam ônibus em Brasília, na noite de segunda-feira, 12, como afirmam posts nas redes sociais. Em contato com Aos Fatos, a repórter do jornal O Tempo que gravou as cenas disse que os gritos vinham de prédios ao redor, e não da avenida que aparece nas imagens, no Setor Hoteleiro Norte.
Até esta quarta-feira, 14, o post desinformativo já havia alcançado 7.700 visualizações e centenas de compartilhamentos no Facebook, além de contar com mais de 2.000 compartilhamentos no Twitter e também circular no WhatsApp, no qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
Criminosos encapuzados que atearam fogo nos veículos gritavam FORA BOLSONARO
Posts que circulam nas redes afirmam de forma falsa que criminosos gritaram “fora Bolsonaro” enquanto incendiavam ônibus no Setor Hoteleiro Norte, em Brasília. Os gritos não foram dados pelas pessoas que estavam na avenida, segundo a repórter Gabriela Oliva, do jornal O Tempo, que gravou as imagens.
Em entrevista ao Aos Fatos, Oliva disse que as palavras contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) vinham de pessoas em prédios ao redor da cena de depredação do patrimônio público. “Pararam esse ônibus que tinha passageiro dentro e começaram a botar fogo. Esses gritos de ‘fora Bolsonaro’ vieram de um prédio ao lado, que é residencial e comercial. Essas pessoas não desceram, pois o clima estava muito tenso”, explicou a jornalista.
Ela também desmentiu a publicação falsa no Twitter (veja abaixo).
Originalmente, o vídeo havia sido publicado pelo jornal O Tempo, com o seguinte contexto:
Desde segunda-feira (12), atos bolsonaristas ocorrem em Brasília contra a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após a prisão temporária de um manifestante indígena, os protestos se tornaram mais violentos, com pessoas ateando fogo a veículos públicos e privados e tentando invadir a sede da Polícia Federal. Até a publicação desta checagem, ninguém foi preso.
