A Justiça Tarda, Mas Não Falha

Há ditados populares que sobrevivem ao tempo porque carregam em si uma verdade que a vida insiste em comprovar. “A justiça tarda, mas não falha” é um desses ensinamentos. Hoje, ao olharmos para a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que absolveu definitivamente Guilherme Menezes e Coriolano Moraes, vemos materializada a força desse adágio.
Dois homens públicos, que dedicaram décadas de suas vidas ao povo de Vitória da Conquista, foram alvo de uma narrativa que, mais do que buscar a verdade, pareceu querer manchar suas trajetórias. O “Projeto Uniforme Inteligente”, implantado em 2012, tornou-se pretexto para acusações de improbidade administrativa, como se a inovação fosse sinônimo de dolo, e como se o simples ato de governar não estivesse sujeito a falhas técnicas e circunstanciais alheias à vontade dos gestores.
O tempo revelou o que já parecia evidente: não houve má-fé, não houve enriquecimento ilícito, não houve dolo. O tribunal reconheceu que os problemas enfrentados pelo projeto estavam ligados a falhas estruturais na rede de telecomunicações da época, e não à conduta dos gestores. Mais que isso, deixou claro que o contrato seguiu parâmetros de mercado e que não houve direcionamento da licitação.
Durante anos, porém, Guilherme Menezes e Coriolano Moraes carregaram o peso da desconfiança. Sofreram ataques que, mais do que ferir suas imagens, buscaram apagar o legado de quem trabalhou pela cidade. Esse é o ponto mais doloroso: quando a justiça demora, ela não falha, mas arranha a honra, desgasta a vida e deixa cicatrizes na memória.
É preciso resgatar a dignidade desses dois homens públicos. Não apenas por eles, mas pelo exemplo que deixam: a política pode ser espaço de serviço, de entrega e de compromisso. E quando acusações se levantam sem base sólida, o preço pago é o da injustiça travestida de zelo.
Hoje, a decisão que encerra esse processo reacende a confiança no Judiciário e reforça a ideia de que, apesar da morosidade, a verdade não se cala. Vitória da Conquista deve reconhecer que teve, em Guilherme Menezes e Coriolano Moraes, líderes que foram injustiçados, mas que saem agora com suas biografias lavadas pela justiça.
Que este episódio nos ensine a ter cautela diante de acusações precipitadas. Pois destruir reputações é fácil, mas reconstruí-las exige coragem, perseverança e, sobretudo, fé de que a verdade sempre encontrará seu caminho.
Padre Carlos- Site: Política e Resenha