Caixa-preta do BNDES: gestor do banco cita “zero prejuízo” em transação com Cuba

Em entrevista ao Canal Livre, o presidente do BNDES disse que investigações internas não encontraram irregularidades em transações com Cuba
A famosa “caixa-preta” do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está entre os assuntos do Canal Livre que vai ao ar neste domingo (05). O entrevistado da semana é Gustavo Montezano, presidente da respectiva instituição financeira. Segundo ele, investigações internas não encontraram irregularidades em investimentos que governos anteriores fizeram em países como Cuba, a exemplo da construção do Porto de Mariel.
Essa era uma demanda eleitoral do então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PL), em 2018, quando prometeu “abrir a caixa-preta” do BNDES. O político apontava irregularidades em empréstimos e outras transações, por exemplo, com Cuba, Venezuela e Angola.
Por outro lado, em entrevista ao Canal Livre, Montezano negou irregularidades após auditorias internas feitas pelo banco, apesar de destacar que o Brasil recebeu charutos como garantia do empréstimo que fez a Cuba. Para o presidente do BNDES, isso é um indício de que a ilha não teria condições de honrar a dívida, que, hoje, está em quase US$ 1 bilhão.
“Então, dentro do banco, nada foi encontrado de irregular. Muito pelo contrário, constata-se que essas operações à Cuba, por exemplo, estavam respaldadas em amparos legais, infralegais, e o banco teve zero prejuízo. Por quê? Quem garantiu o empréstimo foi o Tesouro Nacional, todos nós, a sociedade brasileira. Esse empréstimo, que, hoje, tem uma inadimplência, no caso de Cuba, de quase US$ 1 bilhão, de US$ 700 milhões, salvo engano, tinha charutos em garantia”, explicou Montezano.
Após as eleições de 2018, em novembro, Bolsonaro publicou, nas redes sociais, que firmaria o compromisso revelar o que o BNDES fez com o dinheiro público nos governos petistas (Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff).
“Firmo o compromisso de iniciar o meu mandato determinado a abrir a caixa-preta do BNDES e revelar ao povo brasileiro o que feito com seu dinheiro nos últimos anos. Acredito que este é um anseio de todos”, escreveu o então presidente eleito.