Vereador do PL usou emendas para bancar suporte a atos bolsonaristas em SP
Carlos Bolsonaro se pronuncia sobre acórdão da condenação do pai e compara com Paulinho da Força

Publicação de acórdão de condenação abre prazo para recursos e Bolsonaro pode ir para a prisão na Papuda ainda em 2025. Carlos pediu mesmo tratamento dado a Paulinho da Força, condenado em 2020 e atual relator do PL da Dosimetria.
O vereador Carlos Bolsonaro (PL) foi o primeiro do clã a se pronunciar sobre a publicação nesta quarta-feira (22) do acórdão sobre a decisão da primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou, no dia 11 de Setembro, Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar a organização criminosa que tentou um golpe de Estado no Brasil. Além do ex-presidente, foram condenados outros sete membros do chamado núcleo crucial da quadrilha.
Na prática, a publicação do documento, que tem 1.991 páginas, abre prazo de cinco dias para que as defesas dos condenados entrem com os chamados embargos de declaração, um recurso para contestar o detalhamento do julgamento disponível no acórdão.
Após a análise desses recursos, a Justiça pode determinar o cumprimento da pena. No caso de Bolsonaro, o ex-presidente terá que trocar a mansão alugada pelo PL no condomínio Solar de Brasília, onde cumpre prisão domiciliar, pelo Complexo Prisional da Papuda.
Na rede X, Carlos sinalizou que espera que a análise dos recursos sobre a condenação do pai seja tão demorada quanto a do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que atualmente é relator do chamado PL da Dosimetria – a nova alcunha da anistia.
“Embargos de Bolsonaro e os embargos de Paulinho da Força: aguardemos se a mesma velocidade ocorrerá assim como a reversão da condenação”, escreveu em letras garrafais.
No texto, o filho de Bolsonaro lembra que Paulinho foi condenado pelo Supremo em 6 de junho de 2020 por lavagem de dinheiro e associação criminosa. A análise dos embargos, no entanto, só ocorreu em 21 de novembro de 2023, com a reversão da condenação.
“Embargos de Bolsonaro e os embargos de Paulinho da Força: aguardemos se a mesma velocidade ocorrerá assim como a reversão da condenação”, escreveu em letras garrafais.
No texto, o filho de Bolsonaro lembra que Paulinho foi condenado pelo Supremo em 6 de junho de 2020 por lavagem de dinheiro e associação criminosa. A análise dos embargos, no entanto, só ocorreu em 21 de novembro de 2023, com a reversão da condenação.
Prisão já em 2025
EMBARGOS DE BOLSONARO E OS EMBARGOS DE PAULINHO DA FORÇA; AGUARDEMOS SE A MESMA VELOCIDADE OCORRERÁ ASSIM COMO A REVERSÃO DA CONDENAÇÃO:
Paulinho da Força (Paulo Pereira da Silva) foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 6 de junho de 2020, pelos crimes de lavagem…
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) October 22, 2025
Pelo regimento, a corte tem 60 dias, contados a partir da condenação, para publicar o acórdão da condenação, abrindo prazo de 5 dias para que as defesas entrem com recursos.
Os recursos não mudam a sentença, mas podem adiar o cumprimento da condenação, já que precisam ser analisados pelos magistrados.
Com a publicação do acórdão nesta quarta-feira, as defesas de Jair Bolsonaro e dos outros 7 condenados terão até a próxima semana para recorrer da decisão.
Relator do caso, Alexandre de Moraes já sinalizou que deve aceitar apenas um recurso com os réus em liberdade ou cumprindo as penas preventivas – como Bolsonaro na prisão domiciliar e Braga Netto no Comando Militar Leste.
Após o julgamento da primeira leva de recursos, os condenados devem ser transferidos para presídios para dar início ao cumprimento da pena. Com isso, Bolsonaro pode passar as festas de fim de ano já na Papuda.
A prisão atrapalha os planos do ex-presidente, de levar o cumprimento da sentença para tumultuar a eleição de 2026, além de pressionar a base no Congresso para um acordo com Paulinho da Força (Solidariedade-SP) em torno do PL da Dosimetria – novo nome dado ao projeto da anistia.
Em conversa com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, na última segunda-feira (20), o ex-presidente determinou que a bancada bolsonarista negocie um acordo com Paulinho para evitar que ele seja preso.
Ao mesmo tempo, Bolsonaro mandou aliados a costurarem um acordo com o Centrão para a instalação de pautas-bombas para implodir o orçamento do governo Lula em ano eleitoral.
O foco é concentrar esforços especialmente nas compensações sobre a isenção do Imposto de Renda para os milhões de brasileiros que ganham até R$ 5 mil.
Bolsonaro orientou para que, assim como ocorreu com a derrubada da taxação das Bets, Fintechs e bilionários, a bancada de aliados trace estratégias junto ao Centrão para blindar quaisquer impostos sobre os super-ricos para manter a estimativa de rombo de R$ 46 bi nas contas do governo.
O ex-presidente ainda pediu blindagem aos ruralistas com a derrubada de vetos de Lula no projeto de Lei que implode as regras de licenciamento ambiental.
Os bolsonaristas também devem poupar Hugo Motta (Republicanos-PB) e centrar fogo no presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que na última semana retirou, a pedido do governo, a análise dos vetos ao PL do licenciamento ambiental.