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O “Tapete Vermelho” e a aposta do PT na militância para vencer as eleições municipais

22/09/2024 11 min read

AA

 O “Tapete Vermelho” e a aposta do PT na militância para vencer as eleições municipais

Por Herberson Sonkha
Para entender o “tapete vermelho” do PT que tomou conta das principais ruas de Vitória da Conquista (21), é preciso compreender o PT como uma organização de esquerda que ainda mobiliza atividades de rua como fenômeno de massas. Diferentemente do partido da atual prefeita (União), que investe pesado na contratação de cabos eleitorais e cargos de confiança, dificilmente alcançará o mesmo desempenho de seus apoiadores nas ruas que sinaliza crescimento nas disputas eleitorais.
Independente das críticas ideológicas necessárias, não há como refutar que o Partido dos Trabalhadores (PT) ainda é o maior partido de massas, e sua maior expressão talvez esteja nas grandes manifestações de rua tomadas pelo vermelho das blusas, bandeiras e materiais de campanha. O vermelho simbolicamente sinaliza um campo historicamente reconhecido como de forças de esquerda. Da mesma forma, a direita se identifica com o azul. Nessas eleições de 2024, o vermelho e o azul vão se enfrentar nas urnas.
A notável diferença entre a participação em uma atividade política de militância de esquerda e a atuação de um cabo eleitoral de direita pode ser entendida a partir de diversas perspectivas: ideológica, organizacional e sociológica. Historicamente, as distinções entre esquerda e direita refletem divergências profundas em relação ao papel do Estado, da sociedade e das forças produtivas.
A ideia de militância organizada em torno da luta de classes pode ser associada à obra de Karl Marx e Friedrich Engels em O Manifesto Comunista (1848). Neste texto, Marx e Engels afirmam: “A história de todas as sociedades até hoje é a história das lutas de classes” (MARX; ENGELS, 1848, p. 1).
Nesse sentido, do ponto de vista ideológico, a militância de esquerda está geralmente ligada a uma visão transformadora da sociedade. A militância de esquerda busca a construção de uma nova ordem social que privilegie a igualdade, a justiça social, a redistribuição de riquezas e a superação das desigualdades.
A partir de uma visão marxista, por exemplo, a militância se organiza em torno da luta de classes, questionando o sistema capitalista e suas estruturas de dominação. Nesse sentido, a militância de esquerda se caracteriza por mobilizações de base e pelo engajamento coletivo, muitas vezes dentro de movimentos populares ou sindicais, com foco em demandas de trabalhadores, minorias oprimidas e causas sociais mais amplas.
A visão mais aceita sobre a ação política da direita, por outro lado, tende a se concentrar no apoio a candidatos e partidos que defendem a manutenção ou o fortalecimento do status quo. A direita, tradicionalmente, valoriza o livre mercado, a propriedade privada e uma estrutura social hierarquizada.
A associação entre a direita e o liberalismo econômico pode ser encontrada em obras como A Riqueza das Nações (1776) de Adam Smith. Smith defende a propriedade privada e o mercado livre como base para o desenvolvimento econômico: “A riqueza de uma nação é medida pela produtividade e pelas atividades econômicas de seu povo” (SMITH, 1776, p. 23).
O cabo eleitoral de direita muitas vezes opera de forma mais instrumental, buscando angariar votos e fortalecer campanhas que defendem a ordem econômica e política vigente. Sua função pode estar mais voltada para a propaganda política direta, menos engajada em discussões de fundo sobre a transformação social.
Existe uma diferença histórica que essa disputa na qual a esquerda surge das lutas operárias, sindicalistas e de movimentos populares que resistem à exploração capitalista. Desde o século XIX, com o advento das ideias de Karl Marx e Friedrich Engels, a esquerda se organiza de forma revolucionária ou reformista para enfrentar a exploração do trabalhador e a concentração de riquezas. Exemplo disso são os movimentos socialistas e comunistas que surgem em reação ao liberalismo econômico e à industrialização. A militância de esquerda, portanto, está associada à organização popular, como sindicatos, movimentos de moradia e partidos que lutam por reformas estruturais.
Essa noção remete às obras de autores marxistas, como A Ideologia Alemã (1846), em que Marx e Engels discutem a organização dos trabalhadores e a necessidade de uma revolução proletária (MARX; ENGELS, 1846, p. 65). A esquerda é historicamente associada à luta operária e à contestação da exploração capitalista.
Já a direita tem sua origem em um pensamento conservador, como expresso por Edmund Burke, defensor das tradições e da manutenção da ordem social. Com o tempo, a direita se alinha ao liberalismo econômico, priorizando o livre mercado e a propriedade privada como pilares da sociedade. A atuação do cabo eleitoral de direita, nesse sentido, historicamente serve para fortalecer essas estruturas, seja apoiando candidatos conservadores ou liberais que prometem preservar ou aprofundar a ordem capitalista.
A ideia de que a direita valoriza a manutenção da ordem econômica e política vigente pode ser associada a Edmund Burke, em “Reflexões sobre a Revolução na França” (1790). Burke defende a preservação das tradições e a manutenção de uma estrutura hierárquica. Para Burke, “A sociedade é um contrato… entre aqueles que estão vivos, aqueles que estão mortos e aqueles que ainda estão por nascer” (BURKE, 1790, p. 194).
No campo da sociologia, essa diferença vai se expressar a partir da participação política de militância de esquerda, que tende a ser mais horizontal e participativa, com foco na criação de uma consciência de classe e no envolvimento comunitário. O sociólogo Pierre Bourdieu poderia destacar que a militância de esquerda busca transformar as disposições sociais e o habitus que reforçam as desigualdades. Sociologicamente, a militância se organiza de forma mais orgânica, muitas vezes baseada na luta por direitos coletivos, sendo comum o uso de assembleias, reuniões abertas e comitês populares para decisões coletivas.
A ideia de que a militância de esquerda busca transformar as disposições sociais pode ser associada à teoria do habitus de Bourdieu. Em A Distinção: Crítica Social do Julgamento (1979), ele afirma que o habitus é uma estrutura internalizada que reflete as desigualdades sociais. Segundo Bourdieu, “O habitus é uma disposição durável e transponível, estruturada pela experiência social” (BOURDIEU, 1979, p. 72).
Em contrapartida, a atuação de cabos eleitorais de direita costuma ser mais vertical e hierárquica. Max Weber, ao discutir os tipos de dominação, poderia identificar a atuação de cabos eleitorais de direita como uma forma de dominação burocrática ou racional-legal, onde a atividade política se submete a regras institucionais e um planejamento mais tecnocrático de campanha. O cabo eleitoral é um executor de ordens que segue as estratégias estabelecidas pelo comando da campanha, voltado para a obtenção de votos e fortalecimento de candidatos que, muitas vezes, representam interesses de elites ou de setores que buscam manter privilégios econômicos e sociais.
A descrição da atuação do cabo eleitoral de direita como uma forma de dominação burocrática remete às ideias de Weber em Economia e Sociedade (1922). Weber define a dominação burocrática como um sistema de regras racionais-legais, onde o poder é exercido de forma hierárquica e organizada (WEBER, 1922, p. 217).
Na prática, isso se expressa da seguinte forma: a militância de esquerda atuou durante o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985). Muitos militantes de esquerda participaram da resistência ao regime, organizando movimentos clandestinos, manifestações estudantis e sindicais, buscando engajar setores populares na luta pela redemocratização e pelo fim da repressão.
A resistência de militantes de esquerda ao regime militar brasileiro pode ser referenciada na obra de Daniel Aarão Reis, Ditadura Militar, Esquerdas e Sociedade (2000). A obra descreve as estratégias de luta clandestina e mobilização popular durante o regime ditatorial. Para Reis, “Os movimentos de resistência se organizaram em torno de pautas de redemocratização e direitos civis” (REIS, 2000, p. 89).
Hoje, militantes de esquerda participam ativamente de movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), lutando por uma reforma agrária e urbana que beneficie a população mais pobre e trabalhadora.
Do ponto de vista da direita, isso se expressa na figura controversa do cabo eleitoral de direita, que só atua durante as eleições. Em períodos eleitorais recentes, como a campanha de Jair Bolsonaro em 2018, muitos cabos eleitorais de direita tiveram um papel de propagação massiva de pautas conservadoras e de defesa do livre mercado. A mobilização focou em garantir votos por meio do uso intensivo de redes sociais, além de discursos voltados à defesa da família tradicional, ao combate ao comunismo e ao apoio irrestrito ao liberalismo econômico.
A mobilização da direita durante a campanha de Bolsonaro pode ser analisada à luz de estudos recentes, como os de Esther Solano em O Ódio Como Política: A Reinvenção das Direitas no Brasil (2018). Solano argumenta que a campanha foi marcada pela utilização massiva de redes sociais e pelo discurso conservador: “As redes sociais se tornaram o principal campo de batalha da campanha, onde temas como o combate ao comunismo e a defesa da família tradicional foram centrais” (SOLANO, 2018, p. 134).
Tanto as forças de esquerda quanto de direita estão sob a vigência de uma fundamentação teórica. A participação de militantes de esquerda pode ser compreendida a partir das teorias marxistas, que veem a política como um campo de luta de classes. Karl Marx e Friedrich Engels, em “O Manifesto Comunista”, defendem que os trabalhadores devem se organizar politicamente para a superação da sociedade capitalista. A militância busca a conscientização da classe operária, sendo uma prática revolucionária em seu âmago.
Igualmente, a participação de direita também está sob a égide de uma teoria liberal que orienta essa práxis política. Joseph Schumpeter, em sua obra “Capitalismo, Socialismo e Democracia”, argumenta que a política democrática moderna é marcada por uma competição de elites, onde os eleitores escolhem representantes, e o papel do cabo eleitoral de direita se encaixaria nessa lógica de apoio a candidatos que representam interesses econômicos e sociais de uma classe específica, sem necessariamente envolver uma transformação estrutural do sistema.
A visão de Schumpeter sobre a política democrática como uma competição de elites é descrita em Capitalismo, Socialismo e Democracia (1942). Ele afirma que a política moderna é guiada pela escolha de representantes que competem por votos, reforçando a lógica eleitoral: “A democracia é o método institucional pelo qual as elites são escolhidas pelos eleitores” (SCHUMPETER, 1942, p. 269).
Max Weber, ao discutir o papel da dominação burocrática, também fundamenta essa lógica de atuação organizada e voltada para o pragmatismo eleitoral da direita. A organização burocrática e tecnocrática das campanhas eleitorais de direita também é tratada por Weber em Economia e Sociedade (1922), onde ele discute o papel das elites burocráticas na dominação política e no planejamento eleitoral: “A burocracia moderna é a forma mais eficiente de organização política, onde os cargos são preenchidos de acordo com regras racionais e técnicas” (WEBER, 1922, p. 241).
Nesse sentido, a militância de esquerda é impulsionada por uma visão crítica e transformadora da sociedade, organizada em torno de demandas coletivas e de base. Já o cabo eleitoral de direita, historicamente, desempenha um papel mais burocrático, focado na manutenção da ordem social e econômica existente, atuando como um executor de estratégias eleitorais que priorizam a perpetuação das estruturas de poder dominantes.
A participação de militantes de esquerda em lutas políticas é explicada por Marx e Engels em O Manifesto Comunista (1848), onde afirmam que os trabalhadores devem se organizar para a transformação da sociedade capitalista: “O proletariado, a classe dos trabalhadores assalariados, deve tomar a iniciativa de revolucionar a sociedade” (MARX; ENGELS, 1848, p. 25).
Referências
BOURDIEU, Pierre. A Distinção: Crítica Social do Julgamento. São Paulo: Zouk, 1979.
BURKE, Edmund. Reflections on the Revolution in France. London: J. Dodsley, 1790.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 1848.
REIS, Daniel Aarão. Ditadura Militar, Esquerdas e Sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
SCHUMPETER, Joseph. Capitalismo, Socialismo e Democracia. São Paulo: Companhia das Letras, 1942.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. São Paulo: Martins Fontes, 1776.

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