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Privilégios para generais causam endividamento astronômico para o Estado brasileiro
Um pequeno vídeo publicado pelo canal do UOL na internet, que serve de prólogo para uma matéria escrita do jornal de mesmo nome traz dados sobre os gastos governamentais com militares, e especificamente com os generais e seus herdeiros, viúvas e filhas.
Publicamos na Revista Sociedade Militar há alguns meses um estudo superficial intitulado “Quanto custa um general do Exército brasileiro?” que fazia comparações entre os gastos com um general norte-americano e um general brasileiro.
Algum tempo depois publicamos outra matéria sobre as diferenças salariais entre os generais de um e de outro país. Nos dois artigos, o que funciona como pano de fundo para os números milionários que recheiam as contas dos generais é a assombrosa inversão de valores salariais que é a espinha dorsal da pirâmide hierárquica.
O que se gasta com todos oficiais generais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e seus apaniguados provavelmente daria para fazer pelo menos mais uma Força Armada.
Segue abaixo a visão do UOL sobre o assunto.
A MÃO AMIGA DO EXÉRCITO
Viúvas e órfãos de generais recebem bilhões de reais todo ano, e por uma mágica burocrática, alguns desses oficiais nem precisaram morrer para deixar pensões para os seus herdeiros.
O Brasil tem tantos generais na ativa quanto o exército dos Estados Unidos. São 175. Mas o general brasileiro comanda em média quase a metade de soldados que um general americano, ou seja, proporcionalmente ao tamanho da tropa, há mais generais brasileiros do que no exército mais poderoso do mundo.
O problema de haver tantos oficiais é o efeito cascata. Para cada general da ativa, há 24 generais aposentados ou na reserva. E não para por aí.
Além desses generais de pijama, há mais de 8.000 herdeiras de generais que já faleceram e que recebem o soldo dos pais e dos maridos há 12, 13 anos. É como se um general da ativa valesse por 72 generais.
O governo gasta muito, mas muito mais com generais inativos e seus herdeiros do que com generais que vestem farda todo dia.
As aposentadorias e pensões dos 13 mil generais de pijama, filhas e viúvas de generais mortos custaram 3 bilhões e 675 milhões de reais em 2022, ou seja, 40 vezes mais do que o custo dos generais da ativa.
Além de se perpetuarem por gerações, os privilégios são muito concentrados no topo da carreira militar. O valor que o governo gasta para remunerar 13.000 generais e seus herdeiros é praticamente igual ao que o governo paga a 90 mil soldados e cabos, que, além de ganhar muito menos, há poucas herdeiras que recebem pensão dessas patentes.
A maior parte do dinheiro pago a pensões militares vem do seu, do meu, do nosso dinheiro.
COMO SE GASTA O DINHEIRO DO TESOURO REVELA AS PRIORIDADES DE UMA SOCIEDADE
Em 2022 o governo federal gastou quase três vezes mais com herdeiros de militares do que com médicos. Nos últimos quatro anos, o governo gastou 94 bilhões de reais para pagar as pensões de 235 mil herdeiras e herdeiros de militares.
Em 2022 o governo federal gastou quase três vezes mais com herdeiros de militares do que com médicos. Nos últimos quatro anos, o governo gastou 94 bilhões de reais para pagar as pensões de 235 mil herdeiras e herdeiros de militares.
Esse valor teria sido suficiente para pagar bolsa família a quase 3 milhões de novas famílias e pelo mesmo período, ou seja, teria um alcance 13 vezes maior.
As pensões militares começaram a ser pagas em 1939 aos sobreviventes da Guerra do Paraguai e suas viúvas. Pouco depois, as filhas começaram a herdar as pensões das mães que morriam.
Em 2001, o governo finalmente cortou o benefício, mas só para quem entrou nas Forças Armadas a partir daquele ano. Por isso, o Ministério da Defesa estima que vamos pagar essa conta até 2096. Isso se o Brasil não entrar em nenhuma guerra até lá…
Texto de JB.Reis
Revista Sociedade Militar