Abin emitiu alerta sobre autores de ataque ao Porta dos Fundos e apontou risco à posse de Lula

Segundo a Abin, um dos suspeitos tentava ‘aproveitar-se dos protestos ligados à contestação das eleições de 2022 para conseguir adeptos’ extremistas
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) emitiu um alerta em 1º de dezembro de 2022 a respeito de autores do ataque à produtora Porta dos Fundos, a quem classificou como “extremista de alta periculosidade”.
De acordo com Guilherme Amado, em sua coluna no portal Metrópoles, no documento enviado ao gabinete de transição, então chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, a Abin apontou ainda ameaça à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Alessandro Ferreira da Silva, conhecido como Alex Silva, encontra-se na Ucrânia, de onde publica vídeos nas redes sociais nos quais aparece lutando ao lado de organizações paramilitares. Segundo a publicação, ele é fundador de um movimento com inclinações neonazistas, que prega resistência armada e uma revolução civil no Brasil.
Conforme a coluna, no documento encaminhado a Alckmin a Abin destacou que o movimento encabeçado por Silva “baixo nível de mobilização para participação em manifestações sociais”, mas que tentava “aproveitar-se dos protestos ligados à contestação das eleições de 2022 para conseguir adeptos e instrumentalizar suas pautas”. Segundo a agência, ele teria como principal objetivo deslegitimar o Estado.
A Abin também emitiu alerta para a associação de outro extremista envolvido no ataque ao Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi, que ficou preso entre março e setembro de 2022, foi solto após receber um habeas corpus do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Fora da cadeia, segundo a Inteligência, ele ingressou em um grupo no Telegram no qual são compartilhados conteúdos com teor neonazista, integralista e incel, um movimento inspirado nos Estados Unidos, que envolve o ódio às mulheres.
O relatório da Abin aponta que Fauzi foi visto participando de manifestações golpistas no Rio de Janeiro e que uma das imagens publicadas por ele no Telegram mostra um grupo de homens encapuzados fazendo a saudação integralista “Anauê”, de cunho fascista.
Em resposta à coluna de Guilherme Amado, a defesa de Fauzi afirmou que o cliente defende ideais monarquistas e que não acredita no sistema eleitoral brasileiro, mas negou a participação em manifestações que contestavam o resultado das urnas eletrônicas. Segundo os advogados, não há “nenhum tipo de alegada ou remota participação sua em eventos que pudessem desestabilizar o governo de transição”.