Incomunicáveis, brasileiros sequestrados por Israel devem receber visita consular

Todos os brasileiros e demais tripulantes da flotilha já foram transferidos para o centro de detenção de Ketziot
A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), detida pela Marinha de Israel durante missão humanitária em águas internacionais, deve receber visita consular da Embaixada do Brasil nesta sexta-feira (3). A parlamentar encontra-se incomunicável há mais de 40 horas desde a abordagem, realizada quando a Flotilha Global Sumud levava alimentos, medicamentos e próteses destinados à população palestina da Faixa de Gaza.
Todos os brasileiros e demais tripulantes da flotilha já foram transferidos para o centro de detenção de Ketziot, no deserto do Neguev, a cerca de 30 quilômetros da fronteira com o Egito. O serviço consular brasileiro acompanha o caso e realiza visitas para verificar as condições de segurança e integridade física dos detidos. Advogados vinculados à missão também atuam na defesa dos cidadãos e cidadãs brasileiros.
Interceptação em alto-mar
A operação militar ocorreu na última quarta-feira (1º), quando a flotilha internacional se aproximava do território palestino. O episódio remete a incidentes semelhantes registrados em junho, quando outra embarcação da Flotilha da Liberdade foi interceptada e seus tripulantes detidos e deportados.
Luizianne Lins havia solicitado apoio diplomático antes de embarcar, enviando ofício ao Itamaraty em 17 de setembro para garantir a proteção da delegação brasileira. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores reconheceu estar atento à possibilidade de prisão de cidadãos nacionais. Na semana passada, 37 deputados federais também pediram reforço nas medidas de segurança para os integrantes da missão.
Brasileiros detidos
Ao menos 11 brasileiros já foram interceptados em diferentes barcos da Global Sumud Flotilla. Além de Luizianne, estão entre eles a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP), a presidente do PSOL gaúcho Gabi Tolotti, o ativista Thiago Ávila, o professor Nicolas Calabrese, o trabalhador da USP Bruno Gilga, a comunicadora Lisiane Proença, o dirigente sindical Magno Costa, a advogada popular Ariadne Telles, o criador do projeto História Islâmica Mansur Peixoto, o militante Lucas Gusmão e o coordenador da Frente Palestina em São Paulo, Mohamad El Kadri.