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O PT e a armadilha da unidade sem hegemonia

09/06/2025 7 min read

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 O PT e a armadilha da unidade sem hegemonia

Por Herberson Sonkha

No coração do Partido dos Trabalhadores (PT) de Vitória da Conquista, força pivotal da esquerda brasileira, um debate crucial se desenrola: como construir unidade partidária sem diluir o projeto socialista? Edwaldo Alves, em texto recente, propõe uma resposta: valorizar o Processo Eleitoral Direto (PED) – mecanismo interno de eleição – e adotar uma postura equidistante do “ecletismo vazio” e do “hegemonismo”. Sob a superfície dessa proposta aparentemente sensata, porém, espreita um risco: a reprodução de práticas que minam a capacidade revolucionária do PT, disfarçadas sob o manto da pluralidade democrática.

Liberdade ou
fragmentação? O dilema das Tendências

Alves celebra a liberdade de “tendências internas” – agrupamentos com visões distintas dentro do partido – como expressão máxima da democracia. Contudo, essa defesa acrítica ignora um alerta fundamental. Como ensinou Antonio Gramsci, sem um direcionamento ideológico claro, a diversidade pode degenerar em dispersão das lutas proletárias. Lenin foi ainda mais incisivo: a democracia interna não é um fim em si mesmo, mas um meio para unificar a classe operária. Quando se transforma em palco de disputas faccionais, perde sua razão de ser. Permitir que tendências proliferem sem um eixo programático comum é abrir as portas ao liberalismo político dentro de um partido que deveria ser instrumento de transformação.

O PED: Democracia real ou ritual burocrático?

A exaltação do PED como garantia de “proporcionalidade democrática” merece um exame materialista. O mecanismo, em tese, permite ampla participação. Mas qual é seu conteúdo concreto? Como argumenta Georg Lukács, a verdadeira democracia interna socialista exige mais que procedimentos: demanda a integração entre consciência de classe e centralismo democrático. Se o PED se reduz a uma disputa por cargos e influência – onde grupos competem por votos sem confrontar projetos de classe distintos –, ele se torna um simulacro. Um exemplo hipotético ilustra o risco: candidaturas que prometem “renovação” sem romper com alianças com setores burgueses, usando o PED para legitimar um desvio reformista.

O equívoco fatal: O que é hegemonia, afinal?

O cerne do problema reside na incompreensão de Alves sobre hegemonia. Ele a confunde com “hegemonismo” – uma dominação burocrática e autoritária. Aqui, o artigo comete seu maior erro teórico. Como elaborou Gramsci, hegemonia não é força bruta partidária: é a capacidade da classe trabalhadora, através de sua vanguarda, de construir liderança cultural e política por consenso. Envolve disputar narrativas nas escolas, nos sindicatos, na mídia, articulando um bloco histórico com outros setores oprimidos. Rejeitar a hegemonia nesse sentido gramsciano é renunciar à batalha decisiva: a da construção de uma nova visão de mundo anticapitalista. Alves, ao reduzir tudo a “disputa de cargos”, esvazia o conceito de seu potencial transformador.

Os perigos ocultos: Subjetividade e o
otimismo acrítico

Dois outros deslizes revelam um afastamento perigoso do materialismo histórico:

A ilusão subjetivista: Ao afirmar que a política nasce da “subjetividade, desejos pessoais e concepções”, Alves resvala no idealismo. Marx foi claro: a política é expressão das contradições materiais da base econômica. Supervalorizar a subjetividade dilui a luta de classes em um jogo de intenções individuais.

A Renovação Sem Programa: Celebrar a vitória de Márcia Viviane como simples “renovação” é insuficiente. Rosa Luxemburgo advertiu que a renovação sem compromisso programático pode levar a novas formas de autoritarismo ou ao reformismo. O que importa é qual projeto a renovação representa.
O otimismo acrítico de que “qualquer resultado fortalecerá o partido” soa como wishful thinking. Como István Mészáros demonstrou, sem uma crítica viva ao capitalismo, estruturas partidárias podem ser cooptadas pelo sistema que pretendem destruir.

Um caminho marxista: Para além da democracia formal

O PT não precisa abandonar o PED ou a democracia interna. Precisa ressignificá-los à luz de sua missão histórica:

Pluralidade dirigida: As tendências devem debater programas, não apenas estratégias eleitorais, sob um eixo marxista comum.

Centralismo democrático reimaginado: Integrar a vitalidade das bases com direção estratégica, como propôs Lenin, evitando tanto o burocratismo quanto a dispersão.

Hegemonia cultural como projeto: Adotar a hegemonia gramsciana: construir consenso anticapitalista na sociedade civil através da educação, cultura e comunicação popular.

Ancoragem materialista: Reafirmar que a política do PT emerge das contradições do capitalismo brasileiro, não de meras vontades subjetivas.

Renovação com conteúdo: Avaliar candidaturas pelo seu compromisso com um programa socialista concreto, não por slogans de mudança.

Crítica permanente: Manter o PT como espaço de crítica radical ao capital, evitando sua redução a uma máquina eleitoral social-liberal.

A encruzilhada histórica

A proposta de Alves, bem-intencionada, corre o risco de levar o PT a uma armadilha: confundir unidade aparente com força real, e democracia processual com emancipação. A verdadeira unidade não nasce do ecletismo ou do medo da hegemonia, mas da construção paciente de uma direção hegemônica capaz de liderar o povo brasileiro numa alternativa ao capitalismo. Renunciar a essa tarefa em nome de uma “unidade” despolitizada é o caminho mais seguro para a irrelevância histórica. O futuro da maior força de esquerda da América Latina depende de sua capacidade de reafirmar, sem ambiguidades, seu projeto hegemônico socialista. O PT merece mais que unidade; merece um rumo.

Referências

Antonio Gramsci (Cadernos do Cárcere) sobre hegemonia e direção ideológica.

Vladimir Lenin (O Que Fazer?, Sobre a Unidade do Partido) sobre vanguarda e centralismo democrático.

Karl Marx (Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política) sobre base material e superestrutura.

Rosa Luxemburgo (A Revolução Russa) sobre democracia e revolução.

Georg Lukács (Ontologia do Ser Social) sobre consciência de classe e organização.

István Mészáros (Para Além do Capital) sobre a crítica estrutural ao capitalismo.

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