Após vitória na isenção do IR, governo Lula mira agenda de alcance popular; veja as prioridades
Após vitória na isenção do IR, governo Lula mira agenda de alcance popular; veja as prioridades

Projeto vai ficar marcado como um dos legados da gestão, enquanto fim da escala 6×1 e tarifa zero aparecem como novas bandeiras do governo
Interlocutores do governo Lula (PT) comunicam que o governo vai priorizar pautas de alcance social nos próximos meses em meio à melhora nos índices de aprovação e na sequência da vitória na ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. O momento é favorável para avançar em novas bandeiras de apoio popular, entre elas o fim da jornada 6×1 e o transporte público gratuito nacional, e para construir um combo eleitoral para 2026, após as manifestações que colocaram fim à baderna capitaneada pelo bolsonarismo e pelo Centrão no Congresso Nacional.
A isenção do Imposto de Renda tende a ficar marcada como um dos legados do governo, enquanto o fim da escala 6×1 e a tarifa zero nos ônibus aparecem como as novas bandeiras da gestão. Lula pretende reunir líderes da base aliada para tentar destravar a pauta na Câmara. Em encontro entre a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), autora da PEC que propõe a redução da jornada de trabalho, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi acertada uma reunião nos próximos dias com lideranças de partidos de esquerda para discutir estratégias que permitam avançar o tema na Casa. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) também comunicou em suas redes sociais a prioridade da pauta.
Apresentada em fevereiro com o apoio de 234 parlamentares, a PEC de Erika Hilton segue parada na Câmara, à espera de despacho do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O texto precisa passar pela CCJ e, depois, por uma comissão especial antes de chegar ao plenário. Enquanto isso, o debate sobre a redução da jornada de trabalho se concentra em uma subcomissão especial.
Ainda sem divulgar a agenda completa das reuniões e propostas, o governo indica que deve concentrar esforços em ações de efeito rápido na vida da população, especialmente relacionadas a emprego e transporte público.
Como mostrou uma reportagem da Fórum, o presidente solicitou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estudos sobre a viabilidade de implantar tarifa zero ou simbólica no transporte coletivo em todo o território brasileiro. Durante reunião ministerial, o presidente levantou a hipótese de implementar a medida, começando pelos domingos e feriados, e afirma que reconheceu os entraves orçamentários, mas que deseja cálculos mais detalhados antes de avançar na decisão. O levantamento está previsto para ser entregue ainda neste ano ao chefe do Executivo.
Segundo levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgado este ano, mais de 154 cidades do Brasil oferecem a tarifa zero, seja de forma total ou parcial. Desse total, 73% passaram a adotar o programa a partir de 2020.