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Projeto de vigilância Global chinês, sob a supervisão do partido Comunista

Sobre a China, a sua revolução tecnológica e o seu sistema de controle social que me arvoro a chamar de “código chinês” é, na verdade, um sistema complexo de vigilância digital e controle social rígido que o governo chinês tem implementado e aprimorado ao longo dos anos, por dentro do Partido Comunista Chinês!
A história me indica que ele é a espinha dorsal de um projeto chamado Sistema de Crédito Social. O objetivo do governo é criar um banco de dados gigantesco que armazena informações sobre cada cidadão e empresa.
Esse sistema coleta dados de uma variedade de fontes:
O uso de celulares, aplicativos, compras online e redes sociais é monitorado de perto. A cada pagamento via WeChat Pay ou Alipay, a cada postagem ou comentário, dados são gerados e armazenados. Câmeras de segurança com reconhecimento facial estão por toda parte, especialmente nas cidades. Essas câmeras são capazes de identificar e rastrear pessoas em tempo real. Os drones também são usados para vigilância em áreas mais vastas.
A coleta de dados como impressões digitais e reconhecimento de retina é comum em muitos serviços. Em menor escala, o uso de sensores e chips pode ser utilizado para monitoramento logístico e em certos contextos de trabalho.
Todos esses dados são processados por sistemas de inteligência artificial para atribuir uma pontuação de “crédito social” a cada pessoa. Uma boa pontuação pode garantir benefícios como viagens mais rápidas, acesso a empréstimos e melhores oportunidades de emprego. Já uma pontuação baixa pode resultar em punições, como a restrição de viagens, a dificuldade em conseguir empregos ou a proibição de matricular filhos em escolas de elite.
Essas informações largamente disponíveis e de fácil acesso, também mostra o Papel do Partido Comunista Chinês e a prosperidade de todo esse sistema sob a supervisão do (PCC), que busca manter a estabilidade social e política.
A lógica do PCC é que a prosperidade econômica e a ordem social são intrinsecamente ligadas. O governo argumenta que o Sistema de Crédito Social não é apenas sobre controle, mas também sobre promover a “confiança” e a “moralidade” na sociedade.
Nos últimos 30 anos, a China viveu um período de prosperidade econômica sem precedentes.
Milhões de pessoas saíram da pobreza, as cidades cresceram e a tecnologia se tornou onipresente. O PCC atribui essa prosperidade à sua liderança forte e centralizada no estilo Leninista do poder comunista. A popularização da inteligência artificial e de outras tecnologias é vista como um motor para o desenvolvimento econômico e um sinal de que a China está à frente do mundo.
É interessante esse antigo presente hoje com o advento da I’A rebatizado de a Nova Rota da Seda e o recrutamento de talentos do mundo todo. É um projeto geopolítico e econômico gigantesco da China, que visa conectar o país ao resto do mundo através de investimentos em infraestrutura como portos, ferrovias e estradas. Essa iniciativa é um reflexo do crescente poder e influência da China. Para impulsionar a sua liderança tecnológica, a China tem investido pesadamente na formação e no recrutamento de talentos.
O governo chinês tem programas que incentivam estudantes de todo o mundo a estudar na China, especialmente em áreas como IA, biotecnologia e engenharia. Além disso, o país tem atraído cientistas e pesquisadores chineses que viviam no exterior, oferecendo salários e condições de pesquisa altamente competitivas.
Essa questão me intriga: se o povo chinês está “feliz” com todo esse sistema? Na perspectiva ou na percepção ocidental de “liberdade” e “privacidade” é muito diferente da visão de muitos chineses. Para muitos, a segurança e a estabilidade social proporcionadas pelo governo são mais importantes. Eles veem a tecnologia não como uma ameaça à privacidade, mas como uma ferramenta que torna a vida mais conveniente e segura, seja para pagar contas, encontrar um táxi ou evitar o crime.
A vasta maioria da população não se sente diretamente “vigiada” no dia a dia. Eles simplesmente usam a tecnologia sem questionar as ramificações mais amplas. Para eles, o controle social é uma parte aceitável do acordo que lhes trouxe prosperidade e ordem. Mas esse debate pra nós desse outro lado do mundo carece de estudos, pesquisas, debates…
Aqui, há essa indicação básica de leitura para aprofundar seu conhecimento sobre esses temas.
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Zuboff, Shoshana. A Era do Capitalismo de Vigilância: A Luta por um Futuro Humano na Nova Fronteira do Poder.
Didi Kirsten Tatlow. The China Mission: George W. Bush, Mike Pompeo, and the Secret Struggle for Asia. (Fornece um contexto histórico e político sobre a ascensão da China e sua relação com o Ocidente).
Kurlantzick, Joshua. Charm Offensive: How China’s Soft Power Is Transforming the World. (Aborda a “Nova Rota da Seda” e a forma como a China tem expandido sua influência global através de meios não-militares).
Artigos de jornais e revistas especializadas: Jornais como The New York Times, The Wall Street Journal e revistas como The Economist e Foreign Affairs publicam regularmente reportagens e análises aprofundadas sobre a tecnologia e política chinesa.
Essas fontes podem ajudar a obter uma visão mais clara sobre esse cenário da China atual, que caminha pra ser a maior do mundo na era dessa revolução por dentro do Partido Comunista Chinês!
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Joilson Bergher/ Educador Brasileiro.