Artigo originalmente escrito em 10 de novembro de 2012
Minha politizada família conquistense, têm coisas sobre as quais nós, por compromisso com a sociedade, não podemos nos silenciar, porque a omissão nesses casos pode ser criminosa. As eleições deste ano em Vitória da Conquista são um exemplo disso: aconteceram coisas que precisam de melhores explicações para que a população, não seja sufocada por uma única versão, seja ela qual for, inclusive a minha. Por isso, quero manifestar agora opiniões e revelar coisas que, eu jamais poderia fazer durante a campanha eleitoral, simplesmente porque a lei eleitoral brasileira é tosca e quer que as nossas eleições sejam realizadas, como se morássemos na Suíça.
Mas veja: o instituto de pesquisa Hoje In Data, que dirijo e, com muito orgulho, realizou pesquisas e, por conta dos resultados que jamais seriam favoráveis para os dois lados ao mesmo tempo, acabou sendo alvo, até mesmo na Justiça, de questionamentos. Por isso, quero iniciar afirmando à cidade que tanto amo e cujo povo tanto respeito que jamais, em nenhum momento em minha vida me passou pela cabeça manobrar com números para prejudicar A ou ajudar B. E olhe que nessa nossa caminhada não faltam os poderosos espertalhões que sempre acham que podem comprar nossas consciências. A minha eu nunca vendo.
Veja: logo após o segundo turno, fiz uma pesquisa encomendada pelo Partido dos Trabalhadores com um número elevado de entrevistados e detectei que naquele exato momento, havia um empate técnico com ligeira vantagem numérica, para o candidato Herzem Gusmão. Guilherme tinha 43% e Herzem 43.8%. A pesquisa foi entregue ao diretório municipal do PT, que já tinha uma outra pesquisa do Vox Populi dando vantagem de 3% para Guilherme. O que aconteceu: Guilherme, que é muito mais ágil, foi em busca do apoio de Abel Rebouças, do PDT. E havia um temor, inclusive estava estampado no semblante dos coordenadores da campanha de Guilherme quanto à probabilidade de perder a eleição. Muitas pessoas buscavam saber, e eu dizia que Guilherme ganhava. Mas não declinei sobre pesquisa. Confesso: busquei o apoio de Mão Branca para Guilherme. Mas na verdade para mim o grande momento da eleição foi a aliança fechada com Abel Rebouças. Foi ele quem garantiu a vitória de Guilherme Menezes. Sei que Herzem buscou Abel e Mão Branca. E ele estava certo. Mas seria muito difícil para uma oposição desorganizada vencer, angariar apoio, mesmo assim havia um clima psicológico, havia risco concreto. Mas quando Herzem não angariou os apoios, ali foi selada a derrota. E foi Abel quem disse que, para ele, Guilherme é mais confiável. Herzem foi servidor da UESB e assessor de Abel, que disse que ele não era confiável para dirigir Vitória da Conquista. Isso pesou demais, era o chefe dizendo que não confiava nas qualidades administrativas do antigo empregado, deveria ter motivos para fazê-lo.
Sobre os números das pesquisas, eu já havia advertido ao secretário de Governo, Edwaldo Alves, que nas sucessivas pesquisas que vínhamos fazendo, Guilherme não passava dos 48% da preferência do eleitorado, embora estivesse aà frente dos demais candidatos e, havia um discurso forte de mudança, muitos jovens comiam essa ideia e diziam: “nós não estamos votando em Herzem, mas sim, na mudança”. Nossa pesquisa sempre foi feita de forma meticulosa. Jamais abrimos mão de apresentar os dados, tais quais coletávamos nas ruas. E havia, então, essa dificuldade de Guilherme ultrapassar aquele limite.
Todavia, no segundo turno, Edigar Mão Branca não apenas apoia, como faz uma carta propositiva, e aí a base se recompõe. Guilherme tem 17 vereadores aliados eleitos e apenas 4 pela oposição, apoiam de forma discreta o candidato Herzem Gusmão. (mais…)